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A reinvenção sem fim pode ser muito interessante.

Pontos Turísticos & Museus

Fazer turismo em Tóquio é um pouco diferente do que em outras grandes cidades do mundo. O motivo é simples: parece não haver muitos pontos turísticos a serem visitados. Destruída primeiro por um terremoto, em 1923, e depois pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial, a capital japonesa tem se reconstruído repetidas vezes desde então. Como lidar com uma cidade que apaga seu passado continuamente?

Com certeza, a reinvenção sem fim pode ser muito interessante e é, de fato, a força motora por trás do compromisso de Tóquio com tudo o que é de ponta, da arquitetura à moda, passando pela tecnologia. Mas também pode ser desconcertante, mesmo para um nativo. Aquele ‘lugarzinho incrível’ que indicaram para você pode estar completamente diferente quando você chegar aqui.

No entanto, pode ser o primeiro passo para apreciar o verdadeiro charme de Tóquio – as infinitas variedades e invenções humanas que preenchem cada canto, cada fresta da cidade. Basta andar pelas ruas para descobrir maneiras totalmente novas que os habitantes da cidade inventam para morar, amar, comer, dormir e se divertir. Se você realmente se perder, não se preocupe. Com baixas taxas de violência urbana e o melhor transporte público do mundo, dificilmente você terá problemas. E sempre estará perto de uma linha de trem que o levará direto para o hotel.


Arte antiga, museus modernos

Os elementos que definem a mais nova reinvenção de Tóquio são os megacomplexos multiuso, que se espalharam pela cidade nos últimos cinco anos. Felizmente para o turista, eles geralmente contam com uma galeria ou um museu, além de lojas, escritórios e hotéis. A nova onda de mudanças é levada adiante pela recuperação econômica. Graças a ela, os empreendedores voltaram a ter dinheiro para investir nas coisas boas da vida.

E o melhor: em vez de gastar tudo com os velhos mestres, o que já acontecera antes, a nova Tóquio está investindo em sua própria herança cultural e abrindo espaço para a arte contemporânea do Japão, da Ásia e de outros lugares do globo. Diversos locais foram abertos recentemente, sendo que alguns dos mais novos podem ser encontrados no distrito de Roppongi – o antigo destino para quem procurava bares em vez de galerias, mas atualmente o maior símbolo da capacidade de Tóquio para se regenerar. Ali, você encontra o complexo Midtown, inaugurado em março de 2007.

Seu principal edifício abriga o Museu de Arte de Suntory, projetado pelo arquiteto Kengo Kuma. Ele chama o museu de ‘sala de estar da cidade’; de fato, é um espaço confortável que abriga uma das melhores coleções de arte tradicional japonesa. Também é um dos melhores museus da cidade para os estrangeiros, com excelentes guias de áudio em inglês. Nos jardins paisagísticos deste mesmo complexo, fica o ousado 21_21 Design Sight – um esforço conjunto do designer Issey Miyake e do arquiteto Tadao Ando.

Com projeto evocando a técnica do origami – a estrutura que parece uma folha de concreto dobrada – o espaço de exposições mostrou um estilo único desde o início, quando foi aberto com uma mostra de objetos feitos de chocolate. O Midtown é original, mas também uma resposta a um empreendimento vizinho que é só um pouco mais antigo. Construído em torno da Mori Tower, o Roppongi Hills determinou os parâmetros para a nova onda de edifícios multiuso. Há quem diga que o Mori Art Museum é a melhor galeria de arte da cidade.

Com certeza, é a melhor opção para curadorias estilosas e novidades da arte contemporânea. Um indicador de sua importância: o Roppongi Hills foi ao chão em um recente filme de tragédia japonês. Bem próximo a estes dois complexos em Nogizaka fica um novo museu que – por incrível que pareça – não tem um shopping center anexo. O National Art Center, Tokyo, inaugurado um mês antes do Midtown, é atualmente o maior museu do Japão. Sem uma coleção permanente, pode ter exposições temporárias interessantes – isso se os curadores conseguirem preencher todo o espaço.


Comércio, história, verduras

Outra vista emblemática da moderna capital japonesa é proporcionada pela saída oeste da estação Tokyo – justamente a primeira vista que os visitantes têm quando deixam o Aeroporto de Narita de trem. Ali, você se verá rodeado de arranha-céus – e nenhum deles tem mais de cinco anos de existência. Antigo bairro comercial decadente, Marunouchi agora é mais um destino de lazer e entretenimento, e mostra como empreendimentos comerciais enormes podem de fato revitalizar o centro de uma cidade.

O mais recente dos novos edifícios é o Shin Marunouchi Building (abril de 2007), projetado pelo britânico Sir Michael Hopkins. Não é um portento, mas é um bom local para forrar o estômago antes de ir visitar lugares mais interessantes, como o vizinho Jardim Leste do Palácio Imperial. O jardim é a única parte do Palácio Imperial aberta ao público, o que o torna uma parada quase obrigatória nos roteiros turísticos, mas não é o melhor espaço verde da cidade. Para ver os melhores parques, confira a mistura dos estilos ocidental e japonês no Shinjuku Gyoen ou o jardim totalmente japonês Hama-Rikyu em Shiodome, perto de Ginza (1-1 Hama-Rikyu Teien, Chuo-ku).


Batendo perna

Tóquio não é uma capital coesa, e sim uma coleção de pequenas áreas distintas, separadas por grandes cinturões de concreto. Para vivenciar a verdadeira pressão humana japonesa, vá a Shinjuku – endereço da estação de trem mais movimentada do mundo (com cerca de 3,3 milhões de usuários por dia) e do governo de Tóquio. Também é o lugar ideal para espiar o submundo de Tóquio, pois abriga o bairro de Kabuki-cho, dominado pela yakuza e cheio de prostitutas (o passeio costuma ser seguro).

Se for até lá, dê uma parada no impressionante Santuário Hanazono. Shibuya e Harajuku são os locais ideais para ver como os adolescentes daqui se portam; Ginza é aonde eles vão depois que se tornam adultos, se casam e ficam mais sérios e chiques – encha bem a carteira se quiser fazer mais do que simplesmente olhar. O lado histórico de Tóquio fica disperso. A melhor opção talvez seja Asakusa, onde fica o Asakusa Kannon, o templo mais antigo da cidade. Ali, as ruas dão um gostinho da atmosfera dos shitamachi – os bairros do centro de Tóquio, praticamente extintos.

Outros lugares também oferecem um pouco da cidade antiga. O Museu Shitamachi, em Ueno, é um lugar curioso que recria a vida no centro de Tóquio do século 19. Uma viagem de apenas meia hora o levará ao Edo-Tokyo Open-Air Architectural Museum, um amplo parque que preserva diversas residências e lojas clássicas. Mas a grande verdade é que Tóquio não se define por seu patrimônio. A cidade é feita de inovações, das justaposições bizarras e do barulho que vem das multidões.

Procure pela ‘pet architecture’, o apelido dado pelos jovens arquitetos japoneses do Atelier Bow-Wow aos pequenos e excêntricos prédios que surgem em qualquer terreno vazio – não importa o tamanho nem o formato. Você também pode experimentar a emoção de jogar o pachinko, um jogo local. Resumo da ópera: descoberta e aventura são inevitáveis. O segredo para aproveitar Tóquio é se render ao caos e ver o que acontece.


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Escrito por Time Out Viagem editors
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