Com um rico e colorido panorama teatral, uma crescente reputação como centro de dança e coreografia, uma cultura de cinema arraigada, o dobro de concertos de música clássica normalmente oferecidos por uma cidade de seu tamanho e um calendário variado de festivais internacionais em todas essas áreas, Berlim é indiscutivelmente uma grande capital dos espetáculos. Não se pode, porém, dizer o mesmo com relação ao esporte. E, com a grande redução dos subsídios, muitos ramos da arte estão estagnados, quando não encolhendo.
O mundo clássico
A Berliner Philharmoniker (www.berliner-philharmoniker.de), instalada no Philharmonie, vem sendo há tempos uma das principais orquestas do mundo e está cada vez melhor, sob o comando de Sir Simon Rattle. Recentemente, Pamela Rosenberg tornou-se a superintendente, vinda da San Francisco Opera. A Phil, no entanto, é apenas a ponta de um iceberg que inclui outras seis grandes orquestras, vários pequenos conjuntos e nada menos que três casas de ópera. Ingo Metzmacher assumiu, no lugar do regente norte-americano Kent Nagano, a condição de diretor musical da Deutsches Symphonie Orchester (www.dso-berlin.de), conhecida por seu programa vanguardista.
O trabalho contemporâneo e inovador também é a matéria-prima da Rundfunk- Sinfonieorchester Berlin (www.rsbonline.de), sob o comando de Marek Janowski. Os velhos mestres estão bem-servidos pela Berliner Sinfonie-Orchester (www.berliner-sinfonie-orchester.de) – que toca na Konzerthaus –, embora o regente Eliahu Inbal tenha acabado de ser substituído por Lothar Zagrosek, que deve conduzir a orquestra por um caminho mais contemporâneo. Dos conjuntos, a Deutsches Kammerorchester Berlin (www.dko-berlin.de), sob o comando de Stefan Fragner, tem uma excelente reputação por trabalhar com regentes e solistas em ascensão, enquanto a Ensemble Oriol (www.ensemble-oriol.de) é um grupo refinado com uma forte ênfase em obras contemporâneas.
A Staatsoper Unter den Linden é a maior casa de ópera da cidade e salta de um sucesso a outro, sob a direção de Peter Mussbach, enquanto a Berliner Staatskapelle – dirigida por Daniel Barenboim – é a melhor orquestra de ópera de Berlim. A Komische Oper esforça-se para conseguir seu próprio nicho com produções controversas e atuais. Já a Charlottenburg the Deutsche Oper luta para achar um perfil artístico próprio. Entre os conjuntos pequenos da cidade, procure pelo recém-fundado Novoflot (www.novoflot.de), que normalmente apresenta suas produções inovadoras no Sophiensaele. Para algo um pouco diferente, busque os eventos do Yellow Lounge (www.yellowlounge.de), que apresenta DJs clássicos, VJs de primeira e apresentações intimistas ao vivo, num clima de boate.
Há também festivais de ótima qualidade durante o ano, incluindo o Zeitfenster e o MaerzMusik, em março, para música barroca e contemporânea, respectivamente; o UltraSchall, para novos compositores; a série de concertos Classic Open Air no Gendarmenmarkt, todo mês de julho; e o MusikFest Berlin, em setembro, que traz a Berlim alguns dos melhores conjuntos e orquestras do mundo. A Berlim do teatro e da dança há tempos tem gozado da reputação de inovadora, desde os dias de Brecht e Piscator. A popularidade das duas modalidades e a cena vibrante tornam quase impossível a tarefa de estabelecer uma fronteira entre dança e teatro.
As duas formas vivem sob o mesmo teto no HAU e no Sophiensaele, embora a companhia de dança da coreógrafa Sasha Waltz não divida mais espaço com a companhia de teatro Thomas Ostermeier no Schaübuhne am Lehniner Platz. A recente união de três locais no bairro do Kreuzberg sob uma mesma direção artística, a do HAU, foi um grande sucesso. Em outros bairros, o Volksbühne levanta a bandeira da vanguarda (procure pelas produções de Christoph Schlingensief), a Berliner Ensemble mescla peças modernas de Brecht com obras de escritores alemães contemporâneos, e o Deutsches Theater tem fama devido às produções clássicas de alto nível. Enquanto isso, as peças faladas em inglês acontecem no F40, em Kreuzberg. Na dança, procure por espetáculos de Sasha Waltz e também por produções dos jovens coreógrafos Constanza Macras, Jerome Bel e Jochen Roller.
Cena de cinema
O Festival Internacional de Cinema de Berlim é um dos maiores eventos de cinema do mundo, com uma Competição Internacional que exibe pré-estréias de filmes badalados, além de uma enorme variedade de eventos paralelos. Ele não é, porém, o único festival do calendário. O Summer’s Fantasy Film Festival antecipa as novidades mundiais em fantasia, ficção científica, filmes B e de terror.
O mesmo pessoal está por trás do Verzaubert: The International Queer Film Festival, que mostra filmes de temática gay e lésbica em novembro e dezembro. A maioria dos filmes mainstream de Hollywood são dublados em alemão, mas o complexo CineStar Original e o IMAX, no Sony Center, exibem filmes em versão original.
Filmes em inglês podem ser encontrados também no Schöneberg’s Odeon Kino e no Babylon Kreuzberg. No Sony Center, há também o Arsenal, com duas salas e que possui um programa eclético de filmes alternativos de todos os cantos do mundo.
Eventos esportivos
Com somente um time na primeira divisão, o Hertha BSC, e nenhum outro com possibilidade de subir, a cidade que sediou a Copa do Mundo da FIFA tem menos futebol de alto nível per capita do que qualquer outra metrópole comparável. É difícil para o estrangeiro amar o Hertha, mas não é difícil conseguir ingressos para os jogos no Olympia-Stadion.
O Hertha normalmente se classifica para a Copa da UEFA, mas sempre é eliminado no início. Por outro lado, o ALBA, o time de basquete da cidade, é extremamente bem-sucedido e normalmente lota o Max-Schmeling-Halle em seus jogos. O EHC Eisbären Berlin compete dignamente na liga alemã de hóquei no gelo e o Berlin Thunder leva uma grande torcida para os jogos de futebol americano no Olympia-Stadion.
Os principais eventos esportivos no calendário de Berlim são o Deutschland Pokal-Endspiel – a final da Copa da Alemanha de futebol no Olympia-Stadion –, o Qatar Ladies German Open, um torneio de tênis no saibro que funciona como aquecimento para o Aberto da França e geralmente atrai grandes nomes, e a Maratona de Berlim, em setembro.
Norte da Friedrichstrasse
Admiralspalast
Friedrichstrasse 101 (3253 3130/ingressos 4799 7499/www.admirals-palast.de). U6, S1, S2, S5, S7, S9, S75 Friedrichstrasse.
O entretenimento 24 horas voltou à cena. Além do café e do teatro principal, há dois palcos menores para apresentações ao vivo e leituras. Também está sendo criada uma danceteria para noites de festa e há planos para um spa de quatro andares, com ambiente finlandês, para aproveitar um lençol freático que corre a quase 3 mil metros abaixo do nível do solo.
Alexanderplatz & sudeste de Mitte
Dokument Kino
Rungestrasse 20, Mitte (2759 5895/www.dokument-kino.de). U8 Heinrich-Heine-Strasse ou U8, S5, S7, S9, S75 Jannowitzbrücke. Não aceita cartão.
O mais novo reforço ao circuito alternativo de cinema de Berlim exibe documentários sobre todos os temas que você possa imaginar. Localizado em um ambiente acolhedor na divisa entre Mitte e Kreuzberg.
Sul de Unter den Linden
Konzerthaus
Gendarmenmarkt 2, Mitte (203 092 101/www.konzerthaus.de). U6 Französische Strasse.
Esta jóia de 1821, projetada por Schinkel, possui três espaços principais para concertos. Os recitais de órgão na sala de concertos maior são uma delícia, interpretados no enorme órgão Jehmlich, nos fundos do palco. A Berliner Sinfonie-Orchester tem sede aqui e apresenta uma mistura de clássicos, novidades e releituras. A Deutsches Sinfonie Orchester e a Berliner Staatskapelle também se apresentam aqui, e há concertos informais no acolhedor Musik Club, nos fundos do prédio.
Scheunenviertel & Mitte Nord
Ruder Club-Mitte
Kleine Präsidentenstrasse 157- 158, am Monbijoupark (sem telefone /www.ruderclub-mitte.de). S5, S7, S9, S75 Hackescher Markt. Aberto 5ª a sáb., 22h-6h. Não aceita cartão.
Esta caverna escura e ligeiramente difícil de encontrar (fica sob os arcos da S-Bahn, diante do rio, no extremo do parque) tem excelente sistema de som para vários gêneros de eletrônica – de EBM e techno a festas wet&hard apresentadas pela marca Flesh. Não há techno minimalista, nem tampouco gente acima dos 30.
Sophiensaele
Sophienstrasse 18, Mitte (informações 2789 0030/ ingressos 283 5266/www.sophiensaele.com). U8 Weinmeisterstrasse ou S5, S7, S9, S75 Hackescher Markt. Não aceita cartão.
Prepare-se para uma programação contemporânea de dança, teatro, música e ópera, com nomes de todo o mundo. Se há uma vanguarda que agrada multidões, é aqui que você a encontra. O Sophiensaele recebe, ainda, uma variedade de festivais de teatro e dança.
Tiergarten
Arsenal
Sony Center, Potsdamer Strasse 2, Potsdamer Platz, Tiergarten (2695 5100/www.fdk-berlin.de). U2, S1, S2, S25 Potsdamer Platz. Não aceita cartão.
A programação atrevidamente eclética do Arsenal vai de clássicos de Hollywood ao cinema contemporâneo do Oriente Médio, de filmes de arte russos ao terror italiano, de documentários do Terceiro Mundo a filmes mudos com acompanhamento ao vivo. As duas salas, de última geração, ficam no Sony Center.
Philharmonie
Herbert-von-Karajan-Strasse 1, Tiergarten (2548 8999/www.berlinphilharmonic.com). U2, S1, S2, S25 Potsdamer Platz. Aberto Bilheteria diariamente, 9h-18h.
A mais famosa sala de concertos da cidade, sede da Orquestra Filarmônica de Berlim e aclamada internacionalmente, foi projetada por Hans Scharoun e aberta em 1963. De fato, a acústica é esplêndida, como diz a fama, mas isso depende do lugar onde você sentar. A Berliner Philharmoniker foi fundada em 1882 e já foi regida por alguns dos maiores maestros do mundo. Ela se tornou famosa sob a regência de Herbert von Karajan, entre 1955 e 1989. Desde 2002, está sob a batuta do popular Simon Rattle. A Berlin Phil executa cerca de 100 concertos durante a temporada, de agosto a junho.
Prenzlauer Berg
Max-Schmeling-Halle
Am Falkplatz (443 045/tickets 4430 4430/www.max-schmeling-halle.de). U2 Eberswalder Strasse ou U2, S8, S41, S42, S85 Schönhauser Allee.
Batizado em homenagem ao boxeador alemão que derrubou o aparentemente invencível Joe Louis em 1936, este moderno ginásio é mais conhecido como sede da equipe de basquete mais notória de Berlim, a ALBA (www.albaberlin.de). O espaço, com capacidade para 11 mil pessoas, recebe uma variedade de eventos esportivos, shows de rock e conferências.
