Time Out Viagem

Contexto

Com construções tão recentes, é fácil para visitantes e moradores esquecerem que os emirados têm um passado.

Com os brilhantes arranha-céus, seu amor pela modernidade e a aparente falta de qualquer coisa que tenha mais de dez anos, você será perdoado se pensar que Dubai é uma cidade jovem, apesar de ela estar passando por um incrível esforço de crescimento.

Embora seja verdade que a cidade só tenha realmente tomado forma na última década, construções datadas do início dos séculos 5 e 6 a.C. foram encontradas onde agora fica o moderno bairro de Jumeirah. Essas relíquias indicam que, com o advento do Islamismo e das dinastias islâmicas Umayyad e Abbasid, Dubai já estava estabelecida como entreposto comercial para as caravanas que serviam ao Iraque – o centro do mundo islâmico daquela época.

Até recentemente, os Emirados Árabes não fizeram um trabalho muito bom em preservar seus sítios históricos. O boom da construção, amplamente espalhado e quase histérico, começou nos anos 1990 e se tornou excessivo em 2003, transformando Dubai numa metrópole efervescente, onde as culturas árabe e ocidental se unem, às vezes com sucesso e, em outras, de forma desajeitada – mas quase sempre às custas da arquitetura tradicional e de prédios antigos.

Foi a sedução do comércio de pérolas que colocou Dubai no mapa internacional; o joalheiro veneziano Gasparo Balbi fez a primeira referência escrita a ‘Dibei’, em 1580, durante uma pesquisa pelo Oriente para descobrir uma fonte lucrativa de pedras preciosas.

Dubai hoje

A polarização da riqueza em Dubai torna a vida menos comum

E m meio a todos os superprojetos, hotéis de luxo e shopping centers, é fácil esquecer que, para 1,4 milhão de pessoas, Dubai é simplesmente seu lar. O incrível fluxo de estrangeiros de todas as partes do mundo criou um verdadeiro caldeirão cultural. Ainda dividida por classes e credos, a cidade é interpretada de acordo com a origem e ocupação de quem a vê. Aqui, quatro diferentes moradores de Dubai falam de suas vidas.

Arquitetura

Um horizonte sempre em movimento

Com fome por novos marcos na paisagem e com inigualável aptidão para fazer propaganda deles, Dubai acumula múltiplas proezas para demonstrar ambição e riqueza aos vigilantes de todas as partes do mundo. Quando uma matéria da revista Vanity Fair chamou atenção para ‘o céu em estouro’ de Dubai, eles não estavam exagerando: parece que todos os novos shopping centers, prédios de escritórios ou residências devem quebrar recordes de altura, oferecer novas dimensões em luxo ou ser arquitetonicamente inovadores.

Dubai, pode-se dizer com segurança, não é mais a pacata cidade de pescadores que era há meio século. Onde antes havia pouco mais do que areia e correntes de vento, outdoors anunciam a iminente construção da próxima criação original com grandes dizeres: o Burj Dubai é o ‘mais prestigiado quilômetro quadrado do planeta’, Falconcity of Wonders vai ‘além da história’, e Dubai Waterfront, a fonte de água, é ‘o último espetacular objeto de consumo líquido’. Ainda assim, olhe por trás das propagandas e discursos pomposos, e você irá descobrir que algo extraordinário está acontecendo na cidade.

É fácil rir dos projetos mais estranhos, mas é impossível não ficar impressionado com o pensamento inovador, os riscos assumidos, e, até agora, as consideráveis recompensas que estão aparecendo. Esse crescimento na construção é um fenômeno relativamente novo. Diferentemente de grandes cidades, como Londres ou Nova York, a história arquitetônica de Dubai foi surpreendentemente reduzida: moinhos de ventos substituíram os abrigos feitos de folha de palmeira do começo do século 20; depois do boom do petróleo, estes foram destruídos para dar espaço aos apartamentos de blocos de concretos que, por sua vez, deram lugar aos arranha-céus pós-modernos.

Entretando, a tendência do design da cidade parece dar voltas completas. Com uma inclinação para o estilo árabe-chique, arquitetos reincorporaram as torres de vento no desenho de hotéis cinco estrelas. Com as primeiras exportações de petróleo, nos anos 1960, Dubai partiu para o século 20 com quase um ardor religioso. O mantra do ‘fora o velho, viva o novo’, e a urgente necessidade de casas para a população, resultou na destruição da maior parte da antiga cidade e na rápida ascensão de torres e prédios de apartamentos baratos.

Até os anos 1990, o governo não se importou em restaurar e preservar o que sobrou da velha cidade – e foi um desperdício. Os críticos dizem que apenas Omã oferece verdadeiros exemplos da arquitetura tradicional do Golfo Pérsico. Mas ainda há pequenas mostras de autenticidade na Dubai do século 21, mais especificamente na região de Bastakia. Nos termos da arquitetura contemporânea, o audacioso hotel Burj Al Arab se tornou um ícone instantâneo quando ficou pronto, em 2000.

A partir daí, começou a obsessão de Dubai por quebrar recordes de altura. As graciosas linhas do Jumeirah Emirates Towers deram seqüência, e o Banco Nacional Carlos Ott de Dubai e o Hilton Dubai Creek são, hoje, bastante admirados. Enquanto isso, as pranchas de desenho dos arquitetos internacionais estão cheias de planos para as ‘cidades dentro da cidade’ da futura Dubai.

A torre mais alta do mundo (Burj Dubai) e o primeiro hotel sob a água (Hydropolis) estão previstos para ficarem prontos em breve. Sem dúvida, o debate continua intenso em relação a como desenvolver uma linguagem arquitetônica local que faça referência ao passado de Dubai, assim como ao seu brilhante futuro.

Escrito por Time Out Viagem editors
Compartilhe

Comentários dos leitores

blog comments powered by Disqus

Outras notícias recomendadas

Esqui com exclusividade no Chile

Suíte temática do Sofitel Guarujá Jequitimar

7 cidades próximas a SP para curtir a dois