Não é preciso gostar de esportes radicais para curtir o Jalapão mas, sem dúvida, há que ser ter espírito aventureiro. Hotel, pousada ou qualquer moradia que inclua quarto e cama convencionais está fora de questão – camping é a palavra de ordem. Mas como conhecer um oásis no meio cerrado não é coisa pouca, a falta de estrutura vale a pena. É justamente o que mantém o paraíso intocado – por enquanto.
Situado do estado do Tocantins e protegido como Parque Nacional, o Jalapão tem vegetação predominantemente de cerrado ralo e campo limpo com veredas - daí ser chamado de deserto brasileiro. O destino é um tanto quanto isolado, e para chegar lá são seis horas de caminhão a partir de Ponte Alta do Tocantins, a 200 quilômetros da capital, Palmas. Os acampamentos são as únicas formas de se pernoitar no local e existem campings para todos os gostos. Mas a energia elétrica é escassa e, por isso, o conceito de conforto é bastante relativo. Hotéis, apenas em Palmas.
O melhor período para se visitar o Jalapão é a época de seca (o verão deles; de maio a setembro). Imediatamente após o período das chuvas, os rios estão bons para navegar e suas águas, assim como as cachoeiras e os lagos, são ainda mais transparentes. A areia do fundo do rio reflete a luz do sol e deixa a água com nuanças verdes e azuis.
Para os amantes de rafting, o Rio Novo é o lugar certo. É possível também fazer passeios pelas dunas de até 40 metros, por nascentes e quedas-d'água, como a Cachoeira da Velha, a Ponte Alta, o canyon da Suçuapara. Seguir pela trilha do Mirante da Serra e visitar o poço do Fervedouro são outras dicas que valem a pena.
Algumas empresas vendem pacotes com roteiros prontos, que passam pelos principais atrativos do parque – uma das maneiras mais fáceis de explorar seus 34 mil quilômetros quadrados. Quem quiser ir por conta própria tem que ter, no mínimo, um bom 4X4.