Último posto fronteiriço da civilização mediterrânea e primeiro porto de escala dos viajantes que seguem em direção às antigas rotas comerciais do Saara, a capital sulista do Marrocos sempre negociou paz e sossego, além de especiarias e seda. Hoje as companhias aéreas econômicas trazem mais turistas do que os trens de camelos. O turismo no Marrocos existe desde os anos 1920, quando os franceses construíram a ferrovia e o Mamounia Hotel foi inaugurado.
Winston Churchill foi um dos hóspedes. Do seu terraço, olhou para os jardins com palmeiras e telhados cor-de-rosa e ocre, com a cadeia de montanhas Atlas ao fundo, seu topo nevado, afirmou que Marrakech era ‘o lugar mais adorável do mundo’. Ainda é bem pitoresco, mas hoje a maior parte das propriedades desejadas da medina, que é Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, foi comprada por europeus e há diversos hotéis-butique para escolher.
O minarete Koutoubia, do século 12, de onde se vê os arredores, é o marco principal. Ali perto pulsa o coração da cidade, em Jemaa El Fna. ‘Praça’ irregular no centro da medina, ela se torna uma festa toda noite, com músicas, contadores de histórias, acrobatas, videntes e encantadores de serpentes que promovem entretenimento, não somente para turistas mas também para os próprios marroquinos e tribos berberes da cadeia do Atlas, que descem para a cidade para passar a noite. Há também várias barracas com lugares para se sentar em Jemaa El Fna, considerado o maior restaurante a céu aberto do mundo.
Não há muitos lugares convencionais para visitar na cidade. Em poucas horas você conhece os marcos principais e ainda sobra tempo para dar uma volta pelo souk antes do jantar. Na medina, não perca o Saadian Tombs do século 16 (Rue de Kasbah, sem telefone); as ruínas do Palácio Badii ali perto (Place des Ferblantiers, sem telefone); o Koubba El Badiyin (Place ben Youssef, 024 39 09 11), o prédio mais antigo de Marrakech; e o Ben Youssef Medersa (Place ben Youssef, 024 39 09 11), uma escola do Alcorão datada do século 14.
E claro, não deixe de ver os souks – um denso emaranhado de ruas apinhadas com centenas e mais centenas de pequenas lojas que vendem tapetes, chinelos, tecidos, peças de madeira e metal, além de imitações dos mais atuais itens de design. Também vale a pena visitar os Jardins Majorelle, na Cidade Nova construída pelos franceses, onde a vegetação exótica é pano de fundo para o vibrante ‘azul Majorelle’ – uma cor em homenagem ao artista que criou o tom de azul e o jardim. Hoje pertencem à Yves St Laurent.
Quando não estiver divagando pelas fontes em algum hotel dos sonhos, o grande prazer de Marrakech é andar sem rumo pelas infindáveis ruas e avenidas, em meio a bicicletas e mulas, passando pelos arcos, perdendo o rumo e imaginando o que vai encontrar mais adiante. Leva um tempo para descobrir a verdadeira Marrakech.
Para você saber
Aeroporto
O Aeroporto de Menara (24 44 79 10, www.onda.org.ma) fica a 6,4 km da cidade.
Ônibus
O ônibus nº 11 passa a cada 20 min para Jemaa El Fna. Marrakech é servida por ônibus locais, pequenos e baratos.
Táxis
Petit taxis e grand taxis para trajetos mais longos. Há sempre táxis disponíveis.
Informações turísticas: Avenue Mohammed V-Place Abdelmoumen Ben Ali (24 43 61 31, www.visitmorocco.org).
DDI: +212.