A capital mundial da moda estremeceu em 2005. A maior novidade foi o fechamento da loja de departamento La Samaritaine, mas houve outros casos também. O estilista de origem austríaca Helmut Lang abandonou sua própria maison, vendeu as ações de sua deficitária marca para a controladora Prada e presenciou o fechamento de suas lojas em todo o mundo – inclusive o chique endereço da rue St-Honoré. Em outro ponto do carrossel da moda, a Louis Vuitton reabriu sua loja principal no Champs- Elysées depois de uma longa reforma; e o queridinho da moda Marc Jacobs, responsável pelo triunfante retorno da marca LV, anunciou a inauguração da primeira loja Marc by Marc Jacobs no centro de Paris, o que aconteceu em 2006.
Os chiliques dos grupos de luxo e seus associados não são o único fator na redefinição do comércio. Em Paris, as compras também são feitas nas lojas especializadas, mercadinhos familiares, distribuidores de tradição artesanal e mercados rústicos que perduram há mais de um século. Nos últimos anos, muitos empreendimentos familiares, como fromageries, boulangeries, charcutarias e outros pequenos tesouros, foram encerrados. Apesar de o conceito de rede estar se espalhando rapidamente, a qualidade geral continua impressionante: de uma antiga garrafa de armanhaque a um simples chocolate pralinado, o produto é impecavelmente servido e embalado, independentemente da loja.
A discussão informativa ainda faz parte do processo, e as lindas arcadas em estilo antigo – como as da galerie Vivienne ou da passage Jouffroy – transformam a compra em um prazer visual. Regiões diferentes têm especialidades diversas. Há lojas de antigüidades no 7º arrondissement e distribuidores de livros usados e raros no 5º – que antigamente abrigava associações de editores; fabricantes de porcelanas e cristais se concentram na rue de Paradis, no 10º, e de móveis artesanais, na rue du Faubourg-St-Antoine; e os maiores joalheiros do mundo estão na place Vendôme.
Butiques elegantes e casuais convivem no Marais e nas redondezas da rue Etienne- Marcel, enquanto novatos se estabelecem em Abbesses ou perto do Canal St-Martin. As grifes de estilistas espalham-se pelo 1º, 6º e 8º distritos; os enclaves de especialidades, como bicicletas e câmeras fotográficas, estão no boulevard Beaumarchais. Nenhuma expedição de compras seria completa sem visitar um dos chamados mercados de pulgas, os únicos lugares onde pechinchar ainda é de rigueur e dinheiro vivo, não de plástico, é o pagamento aceito.
Horários de Atendimento
Lojas abrem de 2ª a sábado, 10h/19h, mas as especializadas fazem uma hora de almoço. Compras aos domingos não são mais desprezadas, mas não são tão comuns. Mercearias abrem até mais tarde para produtos essenciais, e muitas empresas familiares fecham em agosto.