Frio, gelo, neve e temperaturas extremas são realidades no Alasca. Mas mesmo os amantes do verão têm bons motivos para encarar os baixíssimos termômetros desse que é o maior estado americano, comprado da Rússia há quase 150 anos por US$ 7,2 milhões. Afinal, o clima é a base do cenário de belezas indescritíveis – são mais de 3 milhões de lagos, montanhas a perder de vista, geleiras com milhares de quilômetros e o espetáculo natural das auroras boreais (na foto). A fauna composta por ursos, alces e dezenas de espécies de baleias também atrai viajantes em busca de contato com uma natureza distante do resto do mundo — e, por isso mesmo, única. Não bastassem os atrativos naturais, há ainda uma cultura local peculiar, incluindo as corridas de trenós puxados por cães, nessa terra selvagem com apenas 1% de seu território habitado. Os demais estão à sua espera.
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ShutterstockANCHORAGE — Cidade mais acessível do Alasca, Anchorage é também a mais visitada devido ao seu alto grau de urbanização. Isso faz dela uma boa “porta de entrada” para viajantes, evitando o choque natural que normalmente se sente ao entrar em contato com uma cultura tão diferente e um ambiente tão frio — a média anual da cidade varia de -1°C a 6°C, com mínima que pode alcançar -35°C. Por isso mesmo é recomendável planejar sua viagem no verão, entre junho e agosto, período em que dá para usufruir de temperaturas de 20°C. Apesar de contar com restaurantes, bares e shoppings, a cidade oferece também a chance de fazer programas mais típicos, digamos. Como andar de trenó puxado por cães, geralmente das raças malamute-do-alasca e husky siberiano, ou remar em caiaques no lago Eklutna — tudo fica dentro do Parque Estadual Chugach, ao sul da cidade.
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ShutterstockTRILHA IDITAROD — Com pouco mais de 1.600 km de extensão, a Trilha Iditarod surgiu no início do século passado com a missão de conectar as principais cidades do Alasca. Atualmente ela é utilizada por visitantes dispostos a conhecer os encantos da região: seu longo percurso atravessa florestas, rios e tundras, além de eventualmente possibilitar o contato com ursos, alces e outros animais. Você pode pegar essa trilha de bicicleta, snowmobile (também chamado de moto de neve) ou mesmo a pé. Mas o meio de locomoção clássico da trilha é o trenó puxado por cães, que é usado anualmente na famosa Corrida de Iditarod – a próxima edição acontece em 4 de março de 2017, com saída em Anchorage e chegada na cidade de Nome. Em média, os competidores e seus 16 cães costumam cruzar a linha de chegada depois de 9 a 15 dias de percurso.
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ShutterstockKETCHIKAN — Mais ao sul do estado está Ketchikan, conhecida como a “capital mundial do salmão”. Com muitas casas e estabelecimentos feitos de madeira, a pequena cidade preserva um pitoresco ar de Velho Oeste. Aproveite a estadia para participar de um tour pela região de caiaque – com sorte, você vai ver leões marinhos, focas e águias, todos habitantes da Floresta Nacional de Tongass, a maior dos EUA em extensão e quantidade de estrelas marinhas. Uma dica para quem visita Ketchikan é não esquecer a capa de chuva. Além do salmão, ela também é conhecida como “Rain City” (Cidade da Chuva), por causa da média de 220 dias molhados por ano.
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ShutterstockMONTE MCKINLEY — Maior montanha da América do Norte, o monte Mckinley fica dentro do Parque Nacional Denali, próximo à cidade de Healy, no coração do Alasca. Atingir o topo de seus 6.194 metros é impensável para qualquer um que não seja alpinista profissional — e mesmo nesse grupo, nem todos chegam lá. Mas não se preocupe: a imponente vista da base do McKinley já vale a visita. Durante o verão, o parque está aberto diariamente das 8h às 18h. Já a locomoção dentro do parque é feita por uma rede de ônibus.
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ShutterstockPARQUE KENAI FJORDS — Ser o menor parque nacional do Alasca não faz do Kenai Fjords menos interessante que os demais. É em seu território que estão os campos de gelo de Harding, que em seus 777 km2 comportam 40 diferentes tipos de geleiras, como a Tustumena, Exit e McCarty. A visitação é feita por ônibus e barco, sendo a segunda opção a melhor para acessar a maior parte das geleiras. Como a cidade mais próxima, Seward, é ponto de chegada e partida de cruzeiros de companhias como a Royal Caribbean International e a Holland America Line, o parque permite acesso aos passageiros pela Baía Ressurection (na foto). A entrada no Parque Nacional Kenai Fjords é gratuita e seu horário de funcionamento no verão é das 8h30 às 19h, diariamente. É possível hospedar-se em uma das cabanas construídas dentro do parque.
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ShutterstockPARQUE GLACIER BAY — Pesquisas apontam que 80% dos visitantes chegam ao Parque Nacional Glacier Bay de barco. Isso porque a maior parte de seu território e seus principais atrativos estão na água. Seja sozinho em um caiaque ou dentro de um barco de grande porte, aproveite o visual das geleiras e o contato com animais marinhos, como focas, golfinhos e baleias que habitam a região. Em terra, os passeios são guiados por rangers e as trilhas são simples, com menos de duas horas de duração. O Parque Glacier Bay fica aberto no verão diariamente das 7h às 21h e a entrada é gratuita.
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ShutterstockGELEIRA MENDENHALL — Uma das geleiras mais famosas do Alasca, Mendenhall recebe anualmente 500 mil visitantes interessados em aventurar-se em seus 19 km de cascatas, lagos e cavernas, como a da foto. As trilhas vão de 5 minutos até 3 horas de caminhada. Durante o verão, vale chegar cedo ou no final da tarde para evitar a multidão de turistas. O acesso é feito de carro a partir da cidade próxima de Juneau, e há um estacionamento nas imediações. O centro de visitas funciona das 8h às 19h30.
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ShutterstockPARQUE GATES OF ARCTIC — Localizado acima do Círculo Polar Ártico e com uma área equivalente à Suíça em extensão, o Parque Nacional Gates of Arctic, ou simplesmente “Portão do Ártico”, não pode ser visitado de carro, pois não existem estradas pavimentadas até lá. Para observar de perto os seus encantos, os dois meios possíveis são a pé ou de avião. Por isso sua administração, localizada em Fairbanks, povoado mais próximo, permite aos visitantes acampar dentro do parque, cujo maior atrativo são as trilhas que atravessam a cadeia de montanhas Brooks (na foto). Mas é preciso tomar cuidado, pois a região é habitada por lobos e ursos negros. Mesmo assim, vale a pena encarar o desafio para admirar de perto as áreas verdes escondidas no topo do mundo. No verão, o parque abre diariamente das 8h às 17h e a entrada é gratuita. Se der sorte, você pode pegar temperaturas de até 30°C!
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ShutterstockBARROW — Com seus pouco mais de 4 mil habitantes, a pequena Barrow é a cidade mais ao norte do Alasca, localizada quase 500 km acima do Círculo Polar Ártico. É nesse território distante que os visitantes podem apreciar um dos fenômenos mais bonitos da natureza: a aurora boreal. Com ocorrência comum nos períodos de março a abril, e setembro a outubro, a aurora boreal é caracterizada por um brilho difuso que surge em céus noturnos graças ao impacto de partículas de vento solar e a poeira espacial da Via Láctea na atmosfera terrestre, resultando em arcos que mudam de forma e tonalidade. Há relatos antigos de pessoas que ouviram sons diante das imagens da aurora, mas não há comprovação científica — o que torna a viagem a Barrow muito mais interessante.
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ShutterstockPARQUE KOBUK VALLEY — Esqueça as trilhas e os espaços para acampamento. Isolamento é a palavra de ordem do Parque Nacional de Kobuk Valley, conhecido por receber o menor número de visitantes do Alasca. Descrito pelo autor John McPhee como um dos “lugares mais loucos, isolados e selvagens” do mundo, sua paisagem destoa do resto do estado graças às dunas de areia e terras molhadas do Rio Kobuk (na foto). De acordo com sua administração, para visitá-lo é preciso estar preparado para enfrentar vento, chuva e neve — isso no verão! Também acima do Círculo Polar Ártico, Kobuk Valley é sem dúvida uma experiência única em um dos ambientes mais pitorescos do planeta.
Escrito por Guss de Lucca
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