Se por um lado a globalização é uma realidade que torna as grandes cidades cada vez mais parecidas, por outro a força étnica dos imigrantes deixa a sua marca em alguns bairros únicos. Conhecê-los é penetrar no multiculturalismo presente em muitas metrópoles do planeta. Em Los Angeles, por exemplo, a Chinatown (na foto) virou uma sensação turística. A seguir, fazemos um passeio por ela e outras dessas regiões especiais, que acabaram influenciando a identidade cultural das cidades. Embarque!
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ChrissyJ / Flickr
Faça um passeio pelos bairros que conservam os traços culturais imigrantes, em cidades como Estocolmo, Paris e Los Angeles
GREEKTOWN – DETROIT – ESTADOS UNIDOS – Como a maioria dos bairros étnicos, Greektown começou com a chegada de imigrantes gregos por volta de 1880. Eles foram para Detroit na esperança de encontrar bons empregos na área industrial, que na época crescia bastante na cidade. Ao longo dos anos, a área foi se tornando um distrito comercial, com diversas lojas e restaurantes com comidas típicas da Grécia, e também uma área onde a maioria das famílias gregas residiam. Hoje em dia, após os encantos de Greektown terem sido descobertos pelos americanos, o bairro cresceu e deu lugar a outras culturas tais como a italiana e tailandesa. Apesar disso, ainda é possível encontrar pessoas falando grego, já que a maior parte do comércio de lá ainda é comandada por famílias de imigrantes gregos. -
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CHATEAU ROUGE – PARIS – FRANÇA – A apenas alguns minutos do badalado bairro de Montmartre, fica a area de Chateau Rouge, um pedacinho da África situado no 18º distrito de Paris. A diferença entre os dois bairros é gritante, já que Chateau Rouge mostra o quanto Paris é uma cidade cheia de diversidade cultural. Saindo da estação de metrô Chateau Rouge, você vai ver povos de origem africana e árabe e encontrar o melhor dessas culturas em um mercado de rua, com frutas frescas e comidas típicas de cada país. E lojas que ostentam as coloridas estampas tribais dos tecidos africanos. Mas atenção, é preciso tomar cuidado com o que se fotografa. Devido a problemas de imigração, crimes e até religião, os moradores do bairro não gostam muito de serem clicados. -
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KAMPONG GLAM – KALLANG – CINGAPURA – Pela quantidade de estrangeiros vivendo em Cingapura, é difícil limitar um bairro ou região a apenas uma nacionalidade, mas Kampong Glam, também conhecido como distrito árabe, concentra a maior parte das comunidades mulçumana e malaia do país. Suas mesquitas podem ser vistas de diferentes pontos da cidade, como a grande Masjid Sultan, na foto, que fica perto da rua Arab Street. É nessa rua que se encontra o maior número de lojas que vendem tecidos, perfumes, tapetes e artigos árabes. Depois de bater perna fazendo compras, vale a pena passar também na Bussorah Street, que oferece um grande número de restaurantes com deliciosas comidas típicas. -
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LITTLE INDIA – ROCHOR – CINGAPURA – Como o próprio nome diz, Little India é um pedacinho indiano situado na região que fica ao leste do Singapore River. Suas casas coloridas de estilo colonial e barracas pelas calçadas, que vendem flores, ervas e temperos tradicionais, remetem à Índia tanto através do visual como por seus característicos aromas. Grandes templos também são encontrados por lá, como o Sri Veeramakaliamman Temple (na foto), que é dedicado à deusa hindu Kali. Para fazer compras, o Mustafa Centre é o lugar perfeito, já que vende de tudo e fica aberto 24h por dia. Atualmente, cerca de 9% da população do país é de origem indiana. Eles são o terceiro maior grupo étnico de Cingapura, depois dos chineses e malaios. -
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LITTLE INDIA – ROCHOR – CINGAPURA – Entre outubro e novembro, o bairro de Little India é decorado com luzes para receber um dos mais importantes eventos do calendário hindu. O Deepavali Festival, ou "Festival das Luzes", comemora a vitória do bem contra o mau e agradece aos deuses pelo conhecimento, saúde e alegria adquiridos ao longo do ano. Animada pela iluminação especial, a região em volta da Seragoon Road, principal rua do bairro, fica cheia de bazares de artigos indianos. -
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RINKEBY – ESTOCOLMO – SUÉCIA – Quem viaja para Estocolmo e visita Rinkeby, acaba achando que não está mais na Suécia. Quase 90% da população do bairro tem parentesco de primeiro ou segundo grau com imigrantes de países como Somália, Islã, Turquia, Iraque e México – o movimento migratório aconteceu nos anos 1970. É comum ver mulheres usando Hijab, o véu islâmico, e contato visual é algo recorrente por lá, diferentemente de outras cidades do país. Apesar de ser um bairro pobre e considerado perigoso por muitos, Rinkeby pode ser uma boa opção para quem procura hospedagem em conta. Os preços são mais baixos do que em áreas badaladas como Södermalm, e Rinkeby fica a apenas 20 minutos de metrô do centro de Estocolmo. Feiras de rua com vegetais e frutas variadas, como na foto, são recorrentes nas ruas do bairro e mostram o quanto a área é multicultural, proporcionando aos visitantes uma degustação ao ar livre de sabores vindos do mundo inteiro. -
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CHINATOWN – LOS ANGELES – ESTADOS UNIDOS – Quem visita a Chinatown de Los Angeles, mal sabe que sua verdadeira história não começou ali. A antiga Chinatown da cidade existiu por aproximadamente 30 anos e acabou sendo destruída, após o início de seu declínio em 1910, para dar lugar à estação de trem Union Station, uma das mais importantes de Los Angeles. Hoje em dia, a nova Chinatown fica pertinho de Little Italy, outro bairro étnico com traços e tradições italianas, e oferece uma extensa variedade de restaurantes, lojas e estabelecimentos orientais. Decorado por especialistas de cinema de Hollywood, a atmosfera não poderia ser mais característica. É como se o bairro fosse uma versão hollywoodiana de Xangai, a maior cidade da China. Isso fez com que a região se tornasse uma das principais atrações turísticas de Los Angeles. -
Jose Gil / Shutterstock
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CHINATOWN – LOS ANGELES – ESTADOS UNIDOS – Para conhecer o bairro mais a fundo, a cada primeiro sábado do mês acontece a The Undiscovered Chinatown Walking Tour, que leva os visitantes a conhecerem templos, restaurantes, galerias de arte e lojas com preços baixos para quem adora uma barganha. A tour custa US$ 20 por pessoa e dura cera de duas horas e meia. Leia mais informações em www.chinatownla.com. Outra importante atração é a comemoração do ano novo chinês (na foto), que acontece anualmente durante o mês de fevereiro. A data exata é estipulada de acordo com o calendário lunar e o bairro fica em festa, recebendo desfiles e performances típicas chinesas em suas ruas. -
Carol Browne / Flickr
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PUNJABI MARKET – VANCOUVER – CANADÁ – Apesar do nome, Punjabi Market não é um mercado ou uma feira, mas um bairro que ocupa seis quarteirões da Main Street entre a 48th e 51st Avenue. É a Little India de Vancouver e concentra a maior parte de descendentes do sudeste asiático, cujas famílias migraram de Punjab, na Índia, para o Canadá em torno de 1890. Hoje o bairro é famoso por vender tecidos, roupas e joias típicas indianas, com preços super acessíveis. É lá que os canadenses vão para saborear o melhor curry da cidade e comprar carnes, já que elas custam menos. Ao terminar de conhecer o pedacinho indiano de Vancouver, visite o All India Sweets & Restaurant, um restaurante com uma enorme variedade de doces e até um bufê vegetariano.
Escrito por Renata Arcoverde
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