Viagem

Casa dos autores

Inspiradoras e históricas, casas de escritores famosos promovem uma jornada entre a realidade e a ficção.

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O rangir das portas ou uma sombra sobre o assoalho é o suficiente para que os visitantes das casas onde viveram grandes nomes da literatura inspirem-se para criar suas próprias histórias. Nosso roteiro propõe um passeio por endereços em Londres, Paris, Tula, na Rússia, e Weimar, na Alemanha, lar de escritores como Charles Dickens, Goethe, Victor Hugo e Léon Tolstói. A maior parte dessas residências, hoje transformadas em museus, preservam meticulosamente o ambiente que inspirou os autores a criar mundos próprios que permanecem ainda hoje entre os clássicos das letras. É possível conhecer a mesa de jantar da casa de Dickens, em Camden Town, em Londres, a sala de jantar de Victor Hugo, no centro de Paris, e até a cama onde dormia Tolstói, praticamente intacta desde sua morte, em 1910, em uma propriedade rural no interior da Rússia, e a casa onde Goethe viveu até morrer, em Weimar (foto). Boa viagem e boa leitura!

Md.altaf.rahman/Wikimedia

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VICTOR HUGO — PARIS — FRANÇA —Provavelmente o apartamento onde o autor francês viveu com sua esposa, Adèle, e seus quatro filhos, em Place des Vosges, não era tão suntuoso em 1832, quando se mudou para o local, aos 30 anos de idade. No entanto, Victor Hugo (1802-1885) já era um autor famoso, tendo alcançado a fama com a peça ‘Hernani’. Atualmente, é o endereço da Maison de Victor Hugo, em um quadrilátero de prédios de linhas clássicas construídos no início do século 17 no coração de Paris.
Md.altaf.rahman/Wikimedia

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VICTOR HUGO — PARIS — FRANÇA — O impressionante imóvel de 280 m2 foi reformado quando passou às mãos da família Rohans, o que não retirou nem um pouco do charme que é visitar os aposentos onde o autor francês teria recostado a cabeça no travesseiro remoendo pontes narrativas para 'Os Miseráveis' (Les Miserables), publicado pela primeira vez em 1862. Depois de funcionar como o Hôtel de Rohan Guéménée, ali opera hoje em dia a Maison de Victor Hugo, voltada à memória do escritor. A coleção revela facetas pouco conhecidas de Victor Hugo, como a de ilustrador visionário. Fica pertinho das estações Saint-Paul, Chemin-Vert e Bastille do metrô. Funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. Saiba mais em http://bit.ly/14D6mdd
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VICTOR HUGO — GUERNSEY — Além do endereço em Place des Vosges, onde passou períodos importantes de sua vida, até a sua morte, em 1885, Victor Hugo viveu também em Hauteville House. A casa foi comprada pelo escritor em 1856 e serviu como seu lar durante o exílio de 19 anos em Guernsey, pequena ilha britânica no Canal da Mancha. Ele morou ali até o retorno a Paris, no fim do Segundo Império, mas continuou a visitar a residência até 1878. Tudo no prédio remete à história pessoal do artista, que era um dedicado colecionador de móveis e preencheu o edifício branco com espelhos, baús, bancadas, louças e tapeçaria que encontrou na ilha. Saiba mais em www.victorhugo.gg/hauteville-house
Remi Jouan/Wikimedia

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BALZAC — PARIS — FRANÇA – Outra residência importante para a cultura e para a história da literatura francesa é essa modesta casa localizada na rue Raynouard 47, em Paris. Cercada por um simpático jardim, serviu de lar para o escritor Honoré de Balzac (1799-1850), entre 1840 e 1847. Balzac é o autor de ‘A Comédia Humana’, uma coleção de 95 romances, novelas e contos que tem como pano de fundo a sociedade francesa do século 19.
Remi Jouan/Wikimedia

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BALZAC — PARIS — FRANÇA — O museu foi criado por um bibliófilo em 1910 e acabou sendo adquirido pelo governo de Paris em 1949. Lá dentro é possível conhecer o ambiente que cercava o autor enquanto ele criava sua vasta obra. A parte da propriedade alugada por Balzac, em um endereço cuja ocupação remete à Idade Média, consistia de uma sala de jantar, uma sala de estar, um quarto com escrivaninha – também era permitido que usasse o porão e o jardim. Em 1860, dez anos após a morte do escritor, a vizinhança havia se transformado em um distrito elegante. As visitas são gratuitas e dão acesso a uma biblioteca e ao centro cultural e educacional. Saiba mais em www.balzac.paris.fr
Celest.ru/Wikimedia

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LÉON TOLSTÓI — TULA — RÚSSIA – Ao adentrarmos no casarão da propriedade rural chamada de Yasnaya Polyana (clareira clara, em russo) onde o famoso escritor russo nasceu e viveu com sua esposa e filhos até sua morte em 1910, a impressão que temos é a de que podemos encontrar sua figura barbuda a qualquer momento. Toda a mobília, além de sua biblioteca particular com 22 mil volumes está preservada. Uma segunda ala, anteriormente ocupada por seus empregados, é utilizada pela administração do prédio, enquanto a ala de hóspedes atualmente recebe exposições sobre a obra do autor.
Celest.ru/Wikimedia

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LÉON TOLSTÓI — TULA — RÚSSIA — O entorno do casarão, que recebe até 150 mil visitantes por ano, é cercado por um bosque com macieiras e outras árvores plantadas pelo próprio escritor. Há ainda uma loja, para quem não resistir a levar para casa um souvenir. A propriedade onde Tolstói (1828-1910) escreveu ‘Guerra e Paz’ e ‘Anna Karerina’ fica a 200 quilômetros de Moscou.
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CHARLES DICKENS — LONDRES — INGLATERRA — Um ano após casar-se com sua esposa Catherine, o escritor inglês, autor de clássicos como ‘Oliver Twist’, ‘Conto de duas Cidades’ e ‘Grandes Esperanças’, mudou-se para essa casa, localizada à rua Doughty Street, em Camden Town. Com o sucesso e enriquecimento do autor, a família se mudou para uma nova casa em 1839, mas apenas esta permaneceu de pé.
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CHARLES DICKENS — LONDRES — INGLATERRA — O museu foi inaugurado em 1925 e passou por uma recente reforma que custou aproximadamente R$ 10 milhões aos cofres do Tesouro Britânico. Espalhados pelos quatro pisos da residência, você encontra manuscritos, edições raras, pinturas, mobília e itens ligados ao trabalho e vida pessoal de Charles Dickens (1812-1870). Saiba mais em: www.dickensmuseum.com
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GOETHE — WEIMAR — ALEMANHA — A não ser quando viveu na Itália, país para onde costumava viajar frequentemente, o escritor Johann Wolfgang Goethe (1749-1832) ocupava esse casarão em estilo barroco em Weimar, cidade do centro da Alemanha conhecida por ter sido lar de autores do romantismo e ter sediado a escola de arquitetura Bauhaus. Colecionador de arte aplicado, Goethe chegou a alterar a estrutura do imóvel, alargando passagens e escadarias para a instalação de esculturas.
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GOETHE — WEIMAR — ALEMANHA — São 18 cômodos onde ainda hoje estão preservados desenhos, pinturas, esculturas, moedas, cerâmicas e medalhões, dispostos tal qual estavam à época da morte de Goethe. O endereço da casa do escritor também acolhe o Goethe-Nationalmuseum, instituição dedicada ao estudo da obra e da vida do escritor alemão. Saiba mais em klassik-stiftung.de. Visite também a casa do poeta Friedrich Schiller, outro morador célebre de Weimar, assim como outro Friedrich: o filósofo Nietzsche, que adotou a cidade no final da vida.

Escrito por Márcio Cruz

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