Quando se ouve falar em Indonésia é quase impossível visualizar apenas uma imagem. Pudera. Dividido entre a Ásia e a Oceania, o país é formado por um arquipélago com mais de 17 mil ilhas, um desafio para qualquer viajante. E se a pluralidade territorial impressiona, o multiculturalismo não fica atrás. Com uma história que envolve domínio de comerciantes muçulmanos e europeus, a nação – atualmente a quarta mais populosa do mundo, com 230 milhões de habitantes – aprendeu a abrigar budistas, hindus, cristãos e islâmicos, formando um caldeirão de cores, línguas e hábitos. Das ruas da caótica capital, Jacarta, até a paradisíaca ilha de Bali (na foto), a Indonésia traz em si a promessa de uma viagem repleta de florestas tropicais, praias exóticas, vida noturna agitada e templos que desafiam a modernidade. Antes de arrumar as malas não esqueça de providenciar o visto para entrar no país. Basta acessar o site da embaixada da Indonésia no Brasil, onde os formulários e documentação necessária estão descritos. Para começar, abra a mente para viver momentos inesquecíveis com o nosso roteiro pelos principais pontos desse extraordinário país do sudeste asiático, cujo melhor período de visitação é entre junho e setembro, meses mais secos na região.
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Praias, templos e paisagens de tirar o fôlego atraem à Indonésia
JACARTA — INDONÉSIA — Localizada na ilha de Java, Jacarta é a porta de entrada da Indonésia. A capital, que comporta cerca de 18 milhões de habitantes, chama a atenção dos visitantes pelo trânsito caótico e contraste entre construções precárias e novíssimos arranha-céus. Fundada no século 17 por viajantes holandeses, Jacarta evoluiu de entreposto comercial até se tornar a cosmopolita cidade que é hoje, famosa pela vida noturna agitada. Entre seus principais clubes está o gigantesco Stadium, que divide seus quatro andares entre restaurante, karaokê, pub com música ao vivo e discoteca – e onde, de acordo com relatos, todo tipo de gente se diverte: de estudantes a empresários, passando por prostitutas a socialites. Outras casas noturnas conhecidas são a glamourosa Dragonfly Bar & Lounge (www.ismayausserver.com/micro/read/dragonfly), frequentada por modelos e fashionistas e onde dificilmente se entra usando jeans e camiseta, e a despojada Red Square (www.redsquarejakarta.com), local preferido por estrangeiros para dançar e paquerar. -
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Praias, templos e paisagens de tirar o fôlego atraem à Indonésia
JACARTA — INDONÉSIA — Durante o dia a capital da Indonésia também possui atrativos, mas a locomoção sempre é um desafio. Placas de rua não são tão comuns e não existem calçadas em todas as vias. Por isso, os meios de transporte mais usados são os ônibus, táxis e os Bajajs (na foto), carros pequenos e de três rodas que fatalmente fazem muito barulho e sacodem seus ocupantes – garantindo uma viagem cheia de emoção. Os ônibus se dividem em duas categorias: a frota comum, com veículos velhos e mal cuidados, e a Transjakarta, mais chiques e com ar-condicionado. Já os táxis têm cores diferentes de acordo com a companhia, sendo a Blue Bird (azuis), Gamya (verdes) e Express (brancos) as mais confiáveis. -
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Praias, templos e paisagens de tirar o fôlego atraem à Indonésia
JACARTA — INDONÉSIA — Apesar de perder significativamente no volume de atrativos turísticos se comparada ao resto do país, a capital da Indonésia tem locais interessantes para visitação. A mesquita Istiqlal (na foto), a maior do sudeste asiático, impressiona com seus domos de 45 metros, capazes de abrigar até 120 mil fiéis. Construída em 1878, ela possui sete portões de entrada, simbolizando os sete paraísos do islamismo. Além da mesquita, outros pontos interessantes na cidade são o Museu Nacional, cujo acervo conta com mais de 60 mil artefatos da história da Indonésia, e a catedral de Jacarta, que ainda conserva em sua arquitetura o estilo neo-gótico do início do século 20. -
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Praias, templos e paisagens de tirar o fôlego atraem à Indonésia
BOROBUDUR — INDONÉSIA — Maior monumento budista do mundo e atração turística mais popular da Indonésia, o complexo de Borobudur fica na Ilha da Java, mesma da capital Jacarta, mas na parte central, 40 quilômetros distante da cidade de Yogyakarta. Construído no século 8 com o objetivo de servir como templo hindu, o local teve sua arquitetura remodelada a mando dos reis da dinastia budista Sailendro, que o transformaram em local sagrado do budismo. Seis séculos mais tarde, com a chegada dos muçulmanos, Borobudur foi abandonado e envolvido pela selva, até ser redescoberto por exploradores britânicos em 1814. Atualmente é possível caminhar por sua estrutura de pedra e contemplar de perto sua grandiosidade. -
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Praias, templos e paisagens de tirar o fôlego atraem à Indonésia
BALI — INDONÉSIA — Um dos destinos mais famosos da Indonésia, a ilha de Bali se diferencia do resto do país, entre outros motivos, por causa da religião. A maioria hinduísta dita o cotidiano local, onde é comum encontrar oferendas em pequenos cestos nas calçadas, feitos pelas mulheres balinesas. A região também é repleta de templos. Entre os destaques estão o Tanah Lot, localizado no meio do mar; o Uluwatu, conhecido como “templo dos macacos” por causa da presença comum dos primatas locais, considerados sagrados; e o Ulun Danu (na foto), localizado no belíssimo lago Bratan. Se quiser visitá-los, informe-se e prepare o figurino, pois em alguns deles é preciso estar de saia para entrar – tanto as mulheres como os homens. Mas não há com o que se preocupar. Acostumados com o enorme fluxo de turistas, os balineses se encarregam de fornecer os tradicionais sarongues aos visitantes. -
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BALI — INDONÉSIA — Se as águas claras das praias de Bali proporcionam aos casais um ambiente perfeito para o namoro, os corais que compõem o fundo de seu mar, responsáveis por manter o nível das ondas sempre elevado, atraem centenas de surfistas em busca da manobra perfeita. Mas com a mesma frequência que proporcionam essas ondas, os mesmos corais também são responsáveis por machucar os surfistas durante a maré baixa – há quem diga que surfista que não se corta nos corais de Bali não é surfista. Enquanto quem busca por sossego dá preferência a praias como Pantai Mengiat e Sanur, os radicais não dispensam passagens pelas areias de Padang Padang (na foto) e Uluwatu. -
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BALI — INDONÉSIA — Além das praias, outro diferencial de Bali é a presença do vulcão conhecido como Monte Batur. Com a presença de um guia e bom condicionamento físico, é possível atingir seu topo após uma caminhada de aproximadas cinco horas. A recompensa para os aventureiros não é apenas a vista dos 1.700 metros de seu topo, mas também a possibilidade de observar como um punhado de ovos enterrados no solo acabam cozidos em apenas 20 minutos. A agência de turismo Indo organiza passeios ao vulcão cobrando US$ 35 rapor pessoa. -
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LOMBOK — INDONÉSIA — Vizinha de Bali, a ilha de Lombok é um paraíso à parte na Indonésia. Não bastassem as belas praias de seu território, sua costa abriga ainda as três pequenas ilhas Gili – suas praias de areias brancas e calmo mar azul turquesa atraem viajantes como ímãs. A ausência de carros ou motos só aumenta o clima de tranquilidade das ilhotas, que apesar de parecidas, possuem certas peculiaridades. Quem procura agito e bons restaurantes vai se satisfazer com a Gili Trawangan. Já aqueles que buscam por sossego podem se deliciar na Gili Meno (na foto), a menos habitada das três. E os que não dispensam luxo e hotéis mais sofisticados devem conhecer a Gili Air, a mais próxima de Lombok. Na dúvida, é possível passear pelas três ilhas de barco – a distância entre elas é coberta em poucos minutos. -
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LOMBOK — INDONÉSIA — Aproveite a transparência das águas para mergulhar, já que a prática é um dos carros-chefe do turismo local da ilha de Lombok. Em seu litoral é possível encontrar uma diversidade impressionante de peixes, recifes coloridos e tartarugas marinhas, como a da foto. A agência de turismo Lombok Network organiza mergulhos e passeios de escuna pelas ilhas Gilli ao custo de US$ 105 por pessoa. O valor cobre o transporte, equipamento de mergulho e almoço em um restaurante local. Acompanhantes que não vão mergulhar podem participar do passeio por US$ 25. -
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RAJA AMPAT — INDONÉSIA — Chamado pelos locais de “o último paraíso na terra”, o arquipélago de Raja Ampat compreende aproximadamente 1.500 ilhas pertencentes à Indonésia, sendo menos que 10% habitadas. Nas demais, de acordo com a ONG Conservação Internacional, encontra-se a maior biodiversidade marinha do mundo, além de uma infinidade de pequenas baías, como a da foto. Tão frequentada por mergulhadores quanto Bali, na região podem ser encontrados 75% dos corais existentes no mundo, assim como mais de 1.300 espécies de peixes de recife. Mas mesmo quem não pretende se aventurar embaixo d’água tem motivos para visitar o arquipélago. A infinidade de pequenas ilhas com montanhas e florestas, em sua maioria sem qualquer resquício de ação do homem, é talvez o mais próximo que muitos chegarão do Éden. -
Divulgação
Praias, templos e paisagens de tirar o fôlego atraem à Indonésia
RAJA AMPAT — INDONÉSIA — Como o número de hotéis no arquipélago de Raja Ampat é limitado pelo governo, não espere por preços camaradas. No Misool Eco Resort (na foto), cuja capacidade máxima é de 32 visitantes, um pacote de sete noites sai por no mínimo € 2.090 por pessoa em quarto de casal, com transporte e refeições inclusas. Já no Papua Paradise Eco Resort (www.papuaparadise.com) o pacote de sete noites para o casal, com direito a mergulho, fica por € 1.650 por pessoa. -
Flickr/M Reza Faisal
Praias, templos e paisagens de tirar o fôlego atraem à Indonésia
LENGKUAS — INDONÉSIA — Uma das ilhas mais curiosas da Indonésia, localizada no centro do país, ao norte de Java, Lengkuas abriga em seus menos de 10 mil metros quadrados um antigo farol, construído pelos holandeses em 1882. Atualmente, ela tem apenas três moradores, responsáveis pela operação e manutenção do equipamento, além de receber os visitantes que por ventura acabam passando por lá. É permitido subir no farol e a vista de 360 graus compensa a longa escadaria até o seu topo. A melhor maneira de chegar a Lengkuas é partindo de barco do vilarejo de Tanjung Binga, ao norte da ilha de Belitung. -
Flickr/sebr
Praias, templos e paisagens de tirar o fôlego atraem à Indonésia
SUMATRA — INDONÉSIA — Nem só de praias vive o turismo da Indonésia. Na ilha de Sumatra, a oeste do arquipélago, três parques nacionais abrigam o patrimônio das florestas fluviais tropicais do país, designado pela Unesco. Dividida entre os parques de Gunung Leuser, Kerinci Seblat e Bukit Barisan Selatan, essa área de 2,5 milhões hectares tem espécies existentes apenas na ilha e em perigo de extinção, como o rinoceronte de Sumatra, o tigre de Sumatra e o orangotango de Sumatra, que aparece na foto no parque de Gunung Leuser. Como os parques são enormes, a contratação de um guia é importante para garantir uma visita proveitosa. O guia local Thomas cobra €15 por três horas de trekking e €150 por cinco dias de aventuras na floresta, com direito a comida, água e barraca.
Escrito por Guss de Lucca
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