Isolada entre a Rússia e a China, a Mongólia permanece um mistério para grande parte dos viajantes. A cultura nômade se mantém viva ao longo de suas estepes e pradarias, no território que foi palco das conquistas de Gengis Khan, formador de um dos maiores impérios que o mundo conheceu. O turismo, apesar de recente, vem crescendo a cada ano. Principalmente entre os meses de julho e outubro, período de verão e do Festival da Águia Dourada, que reúne anualmente na cidade de Olgii dezenas de caçadores com suas aves de rapina (como na foto), em uma competição única no mundo. A Mongólia também proporciona aos visitantes a possibilidade de hospedagem com uma família nômade – você pode até dormir em um ger, tenda criada para suportar o rigoroso inverno. Explorar a natureza exuberante do país soma-se aos bons motivos para se aventurar por lá. O territótio mongol compreende cadeias de montanhas ao norte e oeste; e o deserto de Gobi ao sul e leste, tendo entre eles paisagens compostas por estepes e vegetações rasteiras. E prepare-se para cavalgar muito, já que esse é o meio mais comum de transporte no país onde as estradas ainda são escassas. O visto para a Mongólia pode ser obtido junto ao Consulado Honorário em São Paulo (as consultas são feitas pelo telefone (11) 3259-5214 ou pelo e-mail consuladodamongolia@sanchattour.com.br). Aventure-se!
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Mostramos motivos que valem a viagem para o país de Gengis Khan
ULAN BATOR — MONGÓLIA — Porta de entrada para a maior parte dos visitantes, a capital da Mongólia, Ulan Bator, concentra metade da população do país. A cidade se diferencia das demais localidades pelo trânsito caótico e arquitetura acinzentada, uma lembrança da década em que a população viveu sob o domínio da União Soviética, que acabou assumindo a proteção do país após sua separação da China, em 1911. Apesar disso, existem lugares que valem a visita, como o prédio do Parlamento, que tem em sua entrada uma estátua de Gengis Khan em frente ao monumento erguido em homenagem a Damdin Sükhbaatar, o “pai da revolução mongol” e um dos principais líderes da independência do país, que aconteceu em 1921. -
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ULAN BATOR — MONGÓLIA — Outro local de grande visitação na capital da Mongólia, Ulan Bator, é o monastério tibetano de Gandan Khiid, cujo nome significa “lugar da alegria completa”. Construído no século 19, o templo sobreviveu aos ataques do governo comunista soviético que dominou o país em 1930, cuja política determinou a destruição de diversas edificações religiosas, matando mais de 15 mil budistas. Com o fim do domínio da União Sovética, o monastério, que atualmente abriga cerca de 150 monges, passou a ser protegido pelo Estado, que desde 1994 investe em sua restauração. -
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ULAN BATOR — MONGÓLIA — Resquício do domínio soviético, o monumento militar Zaisan Tolgoi foi erguido na capital da Mongólia, Ulan Bator, em homenagem aos soldados russos e mongóis mortos na Segunda Guerra Mundial, em conflitos contra a Alemanha e o Japão. No mural, imagens representam os conflitos e a união entre os militares da Rússia e Mongólia. Localizado no topo de um monte, aqueles que vencerem os 187 degraus que levam ao topo ganham de presente uma vista completa da cidade. -
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ULAN BATOR — MONGÓLIA — A música mongol é caracterizada pelo uso do morin khuur, instrumento de madeira de cordas, tocado com arco, com caixa quadrada e cujo topo é estilizado como uma cabeça de cavalo. Suas canções de vocais guturais têm sonoridade única: os cantores utilizam a garganta para produzir dois sons distintos. O primeiro, mais baixo, deriva das vibrações das cordas vocais na garganta, enquanto as notas mais altas resultam da boca do cantor atuando como um filtro. Na capital do país, Ulan Bator, é fácil encontrar apresentações com um ou mais músicos entonando canções tradicionais em casas de show. -
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ALTAI — MONGÓLIA — É em seu interior que a Mongólia cresce aos olhos dos visitantes. As paisagens naturais e um povo nômade que vive em sociedades tribais são os principais ingredientes que fazem do país um destino único no mundo. Na região de Altai, a cerca de 2 mil quilômetros da capital, a sensação de isolamento é compensada por um cenário formado por montanhas nevadas, lagos e vales, onde a dificuldade de encontrar com outras pessoas comprova o título de país com a menor densidade demográfica do mundo. -
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ALTAI — MONGÓLIA — Em Altai, assim como outras regiões silvestres, é possível se hospedar na tenda de uma família mongol, o chamado ger. Essas barracas de forma circular, cujo interior quente protege os habitantes de invernos em que a temperatura chega aos - 40 °C, abrigam um povo simples que vive do pastoreio e da caça – e que costuma receber com muita hospitalidade os visitantes. Diferentemente do Brasil, no interior da Mongólia a terra não tem dono e os animais vivem soltos, sem cercas. Cada morador sabe quais cabras, cavalos, ovelhas ou iaques lhe pertencem. Nesses locais, o banheiro, quando não é a própria natureza, resume-se a uma cabaninha com um buraco, e o banho é apenas de água fria – quando há a possibilidade de tomá-lo. O preço pela hospedagem é acertado com os moradores. E, veja, em alguns casos inclui a comida, que se resume a carne, raízes e leite. Pela agência de viagens Visit Mongolia é possível agendar sua estadia em oito diferentes campos de gers. -
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ALTAI — MONGÓLIA — Explorar o interior da Mongólia a cavalo é uma outra opção. Um dos passeios comuns é a rota até o pé da montanha Khuiten Uul, a maior do país, com mais de 4 mil metros, localizada no parque nacional Altai Tavan Bogd. No trajeto, o visitante pode admirar o vale local, com seus lagos e riachos, e se der sorte, cruzar com grupos de cavalos selvagens. A agência de turismo Mongolia Trekking organiza viagens a cavalo em diferentes parques do país. -
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OLGII — MONGÓLIA — Um dos eventos mais celebrados pelos mongóis é o Festival da Águia Dourada, que reúne anualmente na cidade de Olgii dezenas de caçadores com suas aves de rapina. Durante dois dias do mês de outubro (em 2013 o evento acontece nos dias 5 e 6) os participantes disputam duas provas cujo diferencial é a rapidez do pássaro. Na primeira, a águia precisa pousar no braço do dono após ser solta de cima de uma montanha, enquanto na segunda cabe à ave simular uma caçada tentando agarrar a pele de uma raposa arrastada pelo cavalo de seu criador. Uma atração à parte é o vesturário dos caçadores, composto por adornos que envolvem a pele de raposas, principais vítimas das aves. -
Flickr/Jerrold
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ULAN BATOR — MONGÓLIA — Outra tradição do povo mongol é o Khuresh, um tipo de luta praticada pelos homens que remonta ao período de Gengis Khan. O festival de Naadam, que em 2013 acontece de 11 a 13 de julho, é uma ótima oportunidade para observar a prática da luta, além de disputas de arco e flecha e corridas de cavalos – o domínio das três modalidades, aos olhos dos mongóis, faz do homem uma pessoa completa. De modo geral, o objetivo da luta é fazer com que o oponente toque o chão com o corpo, preferencialmente com o seu joelho ou cotovelo. Como não há limite de peso ou idade, lutadores velhos e menores podem enfrentar jovens e maiores. Nas disputas realizadas no interior do país não é permitido tocar as pernas do adversário com as mãos – algo aceito na capital. O ranking do Khuresh tem 14 níveis, sendo o Gigante Invicto da Nação o principal deles, dado ao lutador que vence o campeonato nacional cinco vezes. -
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DESERTO DE GOBI — MONGÓLIA — Algumas das paisagens mais bonitas da Mongólia estão no deserto de Gobi. Porém, para apreciar as belezas de suas dunas e platôs, é necessário fazer um esforço extra, pois o acesso a esses locais não é fácil. Uma das opções é voar da capital, Ulan Bator, até os aeroportos de Dalanzadgad ou Bayankhongor, que ficam próximos ao deserto. A partir daí, é preciso alugar um carro e contratar um guia, ou ser integrante de uma excursão. Dica importantíssima: lembre-se de levar provisões de comida e água, porque apesar de existirem vilas e acampamentos pelo caminho, é quase inevitável passar muito tempo sem avistar nenhum povoado. -
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TÖV — MONGÓLIA — O fascínio dos mongóis por Gengis Khan é comprovado pela imponente estátua do conquistador erguida em Erdene, na província de Töv, ao lado do rio Tuul, em 2008. A imagem do imperador montado em seu cavalo tem mais de 40 metros e aponta para o oeste, local de seu nascimento. Abaixo da estátua há um complexo com 36 colunas, representando seus 36 sucessores, que abriga um museu que exibe utensílios da Era do Bronze e do reinado de Khan.
Escrito por Guss de Lucca
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