O que a Universidade de Coimbra, em Portugal, e os terraços de arroz da província de Yunnan, na China, poderiam ter em comum? Ambos entraram para a lista de 19 novos Patrimônios Mundiais da Humanidade, elaborada em 2013 pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Cultura, Ciência e Educação). A entidade elege os locais de excepcional importância cultural ou natural desde 1972 – hoje o total está em 981 localidades ao redor do globo. O Brasil é o segundo país da América Latina com mais locais inclusos, só perde para o México: são 19 conjuntos considerados patrimônios mundiais, caso da cidade histórica de Ouro Preto (MG), do Parque Nacional do Iguaçu (PR) e do plano piloto de Brasília (DF). No ano passado, a paisagem cultural do Rio de Janeiro também foi tombada. Aproveitando o crivo da Unesco, montamos um roteiro por 11 novos patrimônios mundiais, que o levarão da costa desértica da Namíbia até o Monte Fuji, no Japão, que aparece na foto. Veja a lista completa dos novos patrimônios em whc.unesco.org/en/newproperties.
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Conheça 11 estreantes entre os locais protegidos pela Unesco
MAR DE DUNAS — NAMÍBIA — Formada por dunas movediças, a costa desértica da Namíbia revela aos visitantes uma paisagem mutável, cuja coloração, que transita entre o rosa e o laranja, forma o assim chamado “mar de dunas”. Essa beleza única, cujo destaque são as montanhas de areia formadas pelo vento, que chegam a atingir 300 metros de altura, fez desse “mar” Patrimônio Natural da Humanidade em 2013. Um dos mais famosos hotéis do país fica dentro do Parque Nacional de Etosha. De lá partem safárias para o deserto, onde animais como elefantes e leões são facilmente vistos. -
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RUÍNAS DE KAESONG — COREIA DO NORTE — Novo Patrimônio Cultural da Unesco, o conjunto de ruínas situado na cidade industrial de Kaesong, na Coreia do Norte, encanta os visitantes ao retratar a história e cultura da dinastia Koryo, que se estabeleceu na região entre os séculos 10 e 14. Formada por 12 componentes distintos, o conjunto inclui o mausoléu do rei Wang Geon, fundador da dinastia, um antigo observatório astronômico e o portão Namdaemun, localizado ao sul da cidade. Se quiser conhecer ao vivo, fique atento à necessidade de visto para visitar o país. Informe-se sobre a documentação necessária na Embaixada da Coreia, em Brasília (tel 61-3367-1940 ou e-mail embrpdcoreia@hotmail.com). -
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UNIVERSIDADE DE COIMBRA — PORTUGAL — Criada pelo rei Don Dinis no século 13, a Universidade de Coimbra, em Portugal, é uma das mais antigas instituições de ensino em operação no mundo. Por conta disso e de sua marcante arquitetura barroca, com destaque para a Torre da Universidade – ou Torre da Cabra, nome dado a um de seus sinos – a Universidade de Coimbra tornou-se Patrimônio Cultural da Humanidade. Ponto de encontro entre os aproximados 20 mil estudantes da faculdade, o paço das escolas, localizado no morro da Alto Coimbra, tende a virar também um ponto turístico. -
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TERRAÇOS DE ARROZ DE YUNNAN — CHINA — Localizados ao sul da China, na província de Yunnan, os terraços de arroz, espalhados pelas montanhas da região, mais parecem parte de uma pintura do que campos onde milhares de grãos são colhidos anualmente. Seu sistema de plantio e irrigação, formado por canais que transportam água da floresta para a plantação, foi desenvolvido pelo povo Hani há mais de 1.300 anos. Fazem parte desse complexo cultural 82 vilarejos, situados entre a cadeia de montanhas Ailao e o Rio Hong. Ao visitar a província, procure por hospedagem na cidade de Kunming. De lá parte o trem local e muitos ônibus de turismo. -
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FORTE DE AL-ZUBARAH — CATAR — Mundialmente famoso por ser escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2022, o Catar, pequeno país do Golfo Pérsico, abriga ao norte de sua península as ruínas do Forte do Al-Zubarah, novo Patrimônio Cultural da Unesco. Lá os visitantes podem testemunhar um dos mais bem preservados exemplos de cidade mercante do século 18, período anterior à descoberta do petróleo, que trouxe a modernização atual do país. Já existem voos diretos de São Paulo a Doha, capital do Catar, que fica apenas a 105 km de Al-Zubarah. A diária de solteiro sem café da manhã no Kingsgate Hotel Doha, que fica próximo ao Museu de Arte Islâmica, custa em torno de R$ 250. -
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MONTE FUJI — JAPÃO — Além de ser a montanha mais alta do Japão e um de seus principais cartões postais, o Monte Fuji, localizado a oeste da capital Tóquio, é também um vulcão em atividade, mas com baixo risco de erupção. O fato não assusta os aproximados 200 mil aventureiros que anualmente tentam alcançar o seu topo, que tem no período de julho a agosto o melhor momento para escaladas, por conta do funcionamento de cabanas e estruturas de apoio aos alpinistas. Além do monte em si, vale a pena visitar os cinco lagos que o cercam, assim como a floresta Aokigahara, localizada em sua base, onde existem cavernas que não degelam durante todas as estações. -
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PALÁCIO GOLESTAN — IRÃ — Utilizado como sede do governo da dinastia Qajar, que determinou em 1779 que Teerã seria a capital do país, o Palácio Golestan é uma das construções mais antigas da cidade e agora Patrimônio Cultural da Humanidade. Construído entre jardins e piscinas, o local tem seus mais ricos ornamentos datados do século 19, e até hoje serve de influência para artistas e arquitetos iranianos. Para os visitantes que pretendem visitar o país, é importante a obtenção do visto pela embaixada iraniana em Brasília (pelo telefone 61-3242-5733 ou e-mail info@irembassybr.com), ao custo de R$ 80. Vale lembrar que viajantes com o carimbo do Estado de Israel em seu passaporte são proibidos de entrar no Irã. -
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MONTE ETNA — ITÁLIA — Mais alto vulcão da Europa, o Etna é um dos pontos mais famosos da Sicília, na Itália, não apenas por sua beleza, mas por seu estado de constante erupção. Apesar disso, suas atividades não costumam oferecer risco à população que habita as imediações, cujo rico solo vulcânico é aproveitado no cultivo de vinhedos e hortas. Toda essa fertilidade e beleza atraem não apenas turistas interessados em gastronomia, mas também pesquisadores que ficam intrigados pela imponente montanha, novo patrimônio da Humanidade da Unesco. -
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PALÁCIO DOS MEDICI — ITÁLIA — Formado por 20 vilas e dois belos jardins que se espalham pela costa da Toscana, na Itália, os palácios construídos pela família Medici entre os séculos 15 e 17 representam uma inovação diante das fazendas dos ricos florentinos do período e dos castelos militares. Suas edificações congregam a beleza e preservam a harmonia entre o meio ambiente, proporcionando um espaço originalmente dedicado aos estudos e às artes. Atualmente o Palazzo Médici abriga o Conselho Provincial e um museu, que tem como destaques seus pátios, jardins e a Capela dos Magos, decorada com afrescos do pintor Benozzo Gozzoli. -
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CENTRO HIStÓRICO DE AGADEZ — NÍGER — Tendo como principal atrativo a Mesquita de Lama (na foto), o centro histórico de Agadèz, pequena cidade do Níger, ao norte da África, é o primeiro ponto do país a integrar a lista de Patrimônios Culturais da Unesco. Fundada em um oásis ao sul do deserto do Saara, Agadèz se notabilizou como importante ponto de encontro de caravanas desde o século 14, sendo atualmente frequentada por viajantes saarianos, comboios que transportam sal extraído no deserto e pastores nômades. O turismo é movido por viajantes em busca da antiga arquitetura africana, encontrada nas edificações que compõem seu centro, e em seu mercado de camelos, um dos mais famosos da região. -
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CONJUNTO PAISAGÍSTICO BERGPARK WILHELMSHÖHE — ALEMANHA — Apontado pelo historiador Georg Dehio como “a mais grandiosa combinação entre área verde e arquitetura barroca já feita”, o conjunto paisagístico e arquitetônico do Bergpark Wilhelmshöhe, em Kassel, na Alemanha, surpreende os visitantes com seu imponente castelo e uma enorme cascata d'água – ela funciona apenas durante o verão, de maio até outubro, sempre às quartas e domingos. Nesses dias é possível acompanhar os aproximados 350 mil litros d’água que descem a partir da estátua de Hércules, do topo, até o lago do castelo Wilhelmshöhe. Projetado em 1696, o parque demorou 150 anos para ser finalizado. Atualmente abriga um museu, que contém o segundo maior acervo de pinturas de Rembrandt no país.
Escrito por Guss de Lucca
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