Nesse dia 18 de junho faz exatamente 105 anos que o navio Kasato Maru chegou ao Brasil, trazendo os primeiros imigrantes japoneses que fizeram história em nosso país, tornando-se a maior comunidade japonesa do mundo fora do país natal. Depois de tanto tempo por aqui, muitas famílias ainda mantêm suas tradições orientais e fica fácil, até para quem não é descendente, mergulhar de cabeça na história e costumes do país. Mas uma visita ao Japão pode mudar completamente a forma de enxergar essa cultura tão rica em detalhes. Templos (como o da foto em Kyoto), santuários e até mesmo castelos construídos há séculos contam a história do país desde seus primórdios. A seguir, nossa galeria faz um tour pelo Japão, passando pelas luzes vibrantes de Tóquio, pelo gigante Monte Fuji, mostrando as misteriosas gueixas de Kyoto e mais. Embarque.
-
SeanPavonePhoto/ShutterstockTÓQUIO – Após ser destruída pelas bombas da Segunda Guerra Mundial, Tóquio se tornou uma das maiores economias mundias em pouco mais de 50 anos. Sua população é de quase 14 milhões de habitantes e ela é considerada a megalópole mais limpa e organizada do mundo. Iluminada por letreiros que lembram um cenário de ficção científica, a cidade impressiona pela segurança e eficiência de seus serviços, mas ao mesmo tempo não perde a essência japonesa com suas ruelas cercadas de construções tradicionais feitas de madeira. Quem anda na rua se surpreende – em meio a tantas informações, a maioria escrita em japonês, observamos a mistura de homens de negócio usando terno e gravata e adolescentes coloridos vestindo as mais variadas peças de roupa, com cortes de cabelo ultramodernos e maquiagens que lembram os personagens de quadrinhos japoneses. Há tanto para ver na cidade que é recomendável gastar pelo menos três dias para conseguir visitar todos os pontos turísticos e observar os habitantes.
-
ShutterstockTÓQUIO – Entre seus pontos turísticos está a Tokyo Skytree, uma nova antena de transmissão de TV que mede cerca de 634 m. O prédio onde fica é tido como o mais alto do Japão. Os visitantes podem subir em dois diferentes pontos de observação, medindo 350 e 450 m respectivamente. Prepare-se para perder o fôlego com a vista! A torre é aberta à visitação todos os dias, entre às 8h e 22h, mas tem preço um pouco salgado: para subir apenas no primeiro observatório, custa em torno de 2000 ienes, já o ingresso que dá acesso aos dois sai por 3000 ienes.
-
ShutterstockKAMAKURA – Situada a menos de uma hora do sul de Tóquio, Kamakura chegou a ser o centro político do Japão e é considerada uma das cidades mais calmas do país. Muito popular entre os turistas, possui uma série de templos, santuários e monumentos históricos como o Daibutsu (foto), uma grande estátua feita de bronze, situada no templo de Kotokuin, que representa o Amida Buddha. Localizada na costa do Oceano Pacífico, suas praias são um grande atrativo turístico durante o verão. Moradores de cidades próximas como Tóquio e Yokohama se misturam a turistas que vão para a praia de metrô, saindo da estação Kamakura e caminhando por aproximadamente vinte minutos até Yuigahama e Inamuragasaki, duas das principais praias.
-
ShutterstockMONTE FUJI – O Monte Fuji faz por merecer o mérito de ser um dos principais cartões postais do Japão. Medindo 3.776 m de altura, ele serve de inspiração para artistas e fotógrafos por ter uma forma considerada perfeita. E é adorado como uma montanha sagrada, recebendo milhões de visitas durante o ano todo. Apesar da beleza, a vista do vulcão é frequentemente bloqueada por nuvens e muita névoa – quem consegue vêlo claramente é considerado sortudo. Se estiver disposta a tentar entrar para esse rol, leve em consideração que a vista tende a ser melhor no inverno, sempre na parte da manhã. Se estiver em Tóquio, há uma boa oportunidade para observar o Monte Fuji de relance egando o trem até Osaka. Olhe para o lado esquerdo do trem, depois de aproximadamente 40 minutos de viagem, próximo à estação Shin-Fuji.
-
Sergii Rudiuk/ShutterstockKANSAI – KYOTO – A cidade de Kyoto foi a capital do Japão por séculos e hoje é considerada a alma da cultura japonesa, já que lá pode-se encontrar práticas como a meditação zen, a popular cerimônia do chá e uma das tradições, digamos, mais caras do país – as gueixas. Elas são chamadas de "geiko" no dialeto de Kyoto e são uma atração à parte na cidade. Quando completam 15 anos, se mudam para Kyoko e recebem diferentes ensinamentos relacionados à arte, dança, música e habilidades de comunicação em geral, pois são preparadas para entreter convidados durante jantares e banquetes, fazendo-os se sentirem à vontade durante o evento. Elas atuam principalmente em casas de chá chamadas de “ochayas“, onde os convidados devem levar suas próprias gueixas. Tão forte é a tradição que não é nada fácil entrar em uma "oshaya" e assistir a uma de suas performances. Algumas agências de viagem e hotéis da região costumam oferecer pacotes com jantares completos, incluindo o serviço das gueixas, que podem chegar a custar até 80.000 ienes. Você encararia?
-
ShutterstockKANSAI – KYOTO – Outra notável atração de Kyoto, é o Kinkakuji – um templo zen com dois andares superiores folhados a ouro. Com visual exuberante, a construção é a única parte do que sobrou da antiga casa do shogun Ashikaga Yoshimitsu. O local se transformou em um templo após sua morte em 1408. Ao longo dos anos, a construção sofreu diversos incêndios e teve que passar por restaurações. Curiosamente, um desses incêndios foi causado por um monge fanático, em 1950. O templo oferece uma linda vista para um grande lago na parte de fora, e teve sua estrutura atual reconstruída em 1955. As visitas podem ser feitas todos os dias da semana e custam em torno de 400 ienes.
-
ShutterstockHIMEJI – Depois de conhecer o mundo mágico e misterioso das gueixas, partimos para Himeji, que fica a aproximadamente uma hora de Kyoto. É lá que fica um dos maiores tesouros nacionais do Japão e o mais antigo castelo feudal a sobreviver intacto a guerras e furacões, o Himeji (foto). Ele também é considerado patrimônio mundial da UNESCO e atualmente está sendo renovado, com obras que devem durar até 2014. Por esse motivo, os preços estão reduzidos de 600 para 400 ienes. Esse valor vale até março de 2015, e as visitas acontecem entre às 9h a 17h. Para mais informações, acesse himeji-kanko.jp/en/
-
pspechtenhauser/FlickrHIMEJI – KOKOEN GARDEN – Ainda no castelo Himeji, outra atração que vale a pena visitar é o jardim Kokoen, aberto ao público desde 1992. Ele possui nove jardins separados, com estilos inspirados no período Edo, que ocorreu no Japão entre os anos de 1603 e 1868. A visitação é feita das 9h às 18h, e custa aproximadamente 300 ienes, sendo perfeita para quem quer sorver a paz e tranquilidade que a natureza oferece. Com belas paisagens, é possível curtir jardins compostos por diferentes plantas, como um deles composto apenas de bambus e outro por chá verde. Neste último, aproveite para tomar um chá, em uma casa construída especialmente para a cerimônia.
-
ShutterstockHIROSHIMA – Os esforços de reconstrução impressionam. Ainda mais quando se leva em conta as previsões catasfróficas de que a cidade permaneceria inabitável depois do trágico destino como alvo da bomba atômica. Mas, surpresa: além da reconstrução de patrimônios históricos como o castelo de Hiroshima e o Jardim de Shukkeien, foi erguido um grande parque no centro da cidade como um símbolo de paz, o Peace Memorial Park. Outro marco da cidade é a Cúpula da Bomba Atômica (foto), também conhecida como Memorial da Paz de Hiroshima, que é um dos poucos edifícios que permaneceram em pé após a bomba. Localizada na região de Chugoku, atualmente a cidade tem mais de um milhão de habitantes.
-
ShutterstockHIROSHIMA – Em matéria de comida, a cidade não fica para trás. Eles inventaram sua própria versão do famoso prato típico japonês Okonomiyaky (foto), que consiste em uma massa frita com repolho e coberturas variadas, também conhecido como uma versão da panqueca japonesa. Okonomi significa "ao seu gosto" e traduz bem a intenção do prato, já que você pode escolher o recheio que quiser. As ostras, lulas e queijos estão entre as coberturas mais famosas – a versão de Hiroshima é popular por ter a camada de massa mais fina do que as tradicionais e uma quantidade generosa de repolho com macarrão de yakissoba. Outro dado curioso é que eles são responsáveis por aproximadamente 70% da produção de ostras no país, tanto para exportação quanto para consumo interno. Então, se você é fã dessa iguaria, tem mais um bom motivo para conhecer a cidade.
Escrito por Renata Arcoverde
Comentários dos leitores
- Envie um comentário