Todos os anos, no último fim de semana de junho, a Ilha Tupinambara, a 365 km de Manaus e mais conhecida como Parintins, vira palco de uma das mais impressionantes festas de manifestação da cultura popular no Brasil. É o Festival Folclórico de Parintins. São três noites animadas (28, 29 e 30), com encenações da lenda do Boi-Bumbá, realizadas pelas agremiações Garantido e Caprichoso. A folia chegou à região com os imigrantes do Maranhão e a festa acabou se tornando a mais deslumbrante do Estado do Amazonas. Programe-se e participe! O 48º Festival Folclórico de Parintins acontece no Bumbódromo (Praça Eduardo Ribeiro, 2.052, Centro, Parintins), nos dias 28, 29 e 30/6, às 21h. Ingressos pelo site ingressorapido.com.br
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Divulgação
Caprichoso e Garantido comemoram 100 anos no Bumbódromo reformado em Parintins, em meio a muita música e dança
OS BOIS — O Boi-Bumbá se tornou popular durante o ciclo do gado, entre os séculos 17 e 18. Já no século 19, escravos participavam de folguedos em torno do mito, sob um ritmo percussivo forte e, mais tarde, com tambores, surdos e caixinhas, instrumentos de sopro, como sax e clarinete e rabecões. Atualmente, efeitos especiais de luzes e fogos de artifício são utilizados nas apresentações. -
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BOI-CAPRICHOSO — As duas agremiações que se apresentam em Parintins foram fundadas em 1913. O Boi-Caprichoso (boicaprichoso.com) adota as cores azul e branco, e seu boi leva uma estrela na testa. Neste ano, o tema de sua apresentação é ‘Caprichoso, o Centenário de uma Paixão’. -
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3. BOI-GARANTIDO — Já o Boi-Garantido traz as cores vermelho e branco (boigarantido.com.br) e seu boi é enfeitado com um coração na cabeça. Assim como o Caprichoso, a agremiação também celebra os 100 anos da sua história e em 2013 leva ao Bumbódromo o tema ‘Garantido, O Boi do Centenário’. -
David Schoroeder/Flickr
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O MITO — A lenda tem como pano de fundo a luta de classes entre os senhores das terras e trabalhadores, ainda hoje um dos problemas críticos da região amazônica. A história, porém, é simples. Um fazendeiro havia comprado um boi para o aniversário de sua esposa. Ao chegar à fazenda, o animal foi tratado com mordomia. Ao lado da propriedade, vivia a família de Pai Francisco. Sua esposa, Mãe Catarina, estava grávida e teve desejo de comer língua de boi. O funcionário, então, decide ir atrás da iguaria e mata o primeiro boi que encontra. -
Alexey Kurylenko/Flickr
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HISTÓRIA — Depois de matar o boi do dono da fazenda onde trabalhava, Pai Francisco fica sabendo que o animal havia sido comprado para atender aos desejos da mulher de seu patrão. Desesperado, ele procura a ajuda de um pajé, que faz uso de magia para ressuscitar o bicho. -
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BUMBÓDROMO — Após suas pajelanças com tabaco, cachaça e defumação, o líder espiritual da comunidade consegue ressuscitar o bicho. Aliviado, Pai-Francisco dá uma festa. As primeiras disputas entre os bois Caprichoso e Garantido aconteceram em 1965, em uma quadra ao lado da Catedral de Nossa Senhora do Carmo. Atualmente a festa é o maior e mais popular evento da região amazônica, com transmissão para redes internacionais. -
Celso Tissot/FlickrGASTRONOMIA – Para saciar a fome e manter a energia durante os três dias de festival, faça como os locais e aposte em refeições leves e saborosas, como o tacacá, um caldo elaborado a partir de raiz de mandioca brava, camarão e jambu, e servido bem quente.
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BUMBÓDROMO — Em Parintins, a disputa pelo título de melhor encenação da festa ganhou proporções gigantescas e é realizada em uma construção especialmente construída para esse propósito. É o Bumbódromo, inaugurado em 1989. Em 2013, a arena passou por uma grande reforma e teve a capacidade aumentada para receber 17,5 mil pessoas. O local é rodeado de hotéis, pousadas, restaurantes e barracas populares. -
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LEMBRANCINHAS — Além dos pratos típicos, as barracas na área externa do Bumbódromo vendem lembrancinhas do evento. O artesanato é feito em palha, cuia e juta, madeira, raízes de árvores, palhas e sementes. Já os colares, brincos e cocares das comunidades indígenas Sateré-Mawê e Wai-Wai são produzidos a partir de contas coloridas, penas e sementes. -
Geresz/Flickr
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COMO CHEGAR — Há diversas empresas de turismo credenciadas que comercializam pacotes que incluem passagens, hospedagem e entradas para o Festival. Confira o site de uma delas: tucunareturismo.com.br. Voos de São Paulo a Santarém, no Pará, a 312 km de Parintins, pela Gol Linhas Aéreas, saem a partir de R$ 901. Cotações feitas para o período entre 22 de junho e 2 de julho.
Escrito por Márcio Cruz
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