Esqueça os estigmas que definiam as favelas cariocas como intransitáveis. Desde que as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) se instalaram definitivamente em diversas dessas comunidades, a partir de 2008, a criminalidade baixou significativamente e atraiu os olhares de investidores e turistas sobre as favelas. Pudera. Apenas as vistas proporcionadas pela posição geográfica dos morros já fariam o passeio valer a pena, mas há ainda as curiosidades que envolvem a ‘arquitetura’ peculiar e o modo de vida local. Hoje, bares, restaurantes, lojas, hostels e projetos de revitalização e reflorestamento das áreas são os elementos que melhor definem os morros pacificados do Rio de Janeiro – um passeio por eles pode ser uma experiência rica em cultura, sabores, cores, sons e ritmos. Criamos um roteiro de circuitos turísticos e mostramos como eles têm transformado o (pre)conceito de moradores e visitantes.
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Kevin Jones/ Flickr
Comunidades pacificadas oferecem algumas das melhores vistas do Rio de Janeiro
ROCINHA – Mesmo antes da pacificação, a favela mais famosa do Rio de Janeiro – a maior da América Latina, como é conhecida – já recebia turistas do mundo inteiro, interessados em percorrer seus becos, lajes e seus mil estabelecimentos comerciais. Hoje, eles passeiam livremente a pé, a bordo de jipes ou até de motos, que prestam serviço de táxi. Alguns dos guias turísticos são os próprios moradores da Rocinha, que incluem no roteiro uma parada para uma boa conversa. Aproveite a vista privilegiada do local conhecido como Laboriaux, onde se descortinam a Lagoa Rodrigo de Freitas e o Cristo Redentor. Para saber mais sobre a favela acesse rocinha.org -
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ROCINHA – O cenário deslumbrante que cerca a favela. -
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ROCINHA – O skatista Sandro Mineirinho praticando na Favela da Rocinha. -
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SANTA MARTA – A publicidade local anuncia que por ali passaram Michael Jackson e Madonna, entre outras celebridades. Verdadeira ou não, a declaração instiga os turistas, que querem saber o que a comunidade de Santa Marta tem de especial. A resposta pode ser dada pelo DJ, fotógrafo e guia turístico Thiago Firmino, morador da região, que cobra R$ 50 pelo passeio. Por um valor adicional, são incluídos no tour caipirinha, feijoada, churrasco, aula de capoeira, uma apresentação de bateria ou um workshop sobre como fazer e empinar pipas. Mais sobre o tour em favelasantamartatour.blogspot.com.br -
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SANTA MARTA – Estátua de Michael Jackson no topo do morro. -
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SANTA MARTA – A vista espetacular de quem mora ou visita Santa Marta. -
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BABILÔNIA – A caminhada pela Favela da Babilônia não passa apenas por lajes e becos, mas também por mata densa. Entre o Pão de Açúcar e a Praia de Copacabana, estende-se uma extensa área de proteção ambiental (APA), formada por Mata Atlântica, e a caminhada até lá complementa o tour pela comunidade. São duas horas de passeio, em que o guia – como (quase) sempre, um morador – conta a história da favela e apresenta o projeto de reflorestamento da área. No topo, o cenário é de cartão postal, com Enseada de Botafogo, Praia de Copacabana, Corcovado e Cristo Redentor enquadrados em sua moldura. -
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BABILÔNIA – No final da caminhada pela Favela da Babilônia, a panorâmica deslumbrante da Baía de Guanabara. -
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COMPLEXO DO ALEMÃO – A grande atração do complexo é o teleférico que percorre 23 comunidades, em um trajeto de quase 5 km. As cabines suspensas têm capacidade para oito pessoas, fazem cinco paradas e o percurso custa apenas R$ 1. No Morro do Adeus, uma das paradas, um espaço para shows bem construído recebe eventos para a comunidade, como o Projeto Aquarius, realizado no Natal de 2012 com apresentações da Orquestra Sinfônica Brasileira e da cantora Alcione. O embarque do teleférico é feito na estação de trem de Bonsucesso. -
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COMPLEXO DO ALEMÃO – Até o Príncipe Harry, da Inglaterra, deu uma volta no teleférico. -
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MORRO DO VIDIGAL – O falecido Papa João Paulo II já esteve ali. A atriz Roberta Rodrigues (a Maria Vanúbia da novela global ‘Salve Jorge’) mora lá. Vizinho da Rocinha, o Morro do Vidigal tem sido alvo de investimentos significativos. O reflorestamento do Parque Ecológico é um exemplo. Visite também o centro de cultura Nós do Morro, que oferece cursos de formação em teatro e cinema, e a trilha do Morro Dois Irmãos, guiada por profissionais que oferecem seguro contra acidentes. -
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MORRO DO VIDIGAL – Fotógrafos se reúnem na base do Morro para começar a visita. -
Sampaio/ Wikirio
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DICAS – As visitas às favelas não precisam ser feitas em um dia só. Os hostels nas comunidades são cada vez mais comuns e muitos são mantidos pelos próprios moradores e dispõem de bar, internet sem fio e outras facilidades do gênero. As visitas às comunidades costumam ser seguras, mesmo porque apenas guias autorizados podem fazer o circuito. Porém, nunca é demais lembrar que não se deve carregar grandes quantias de dinheiro ou ostentar objetos de valor.
Escrito por Luciana Mendes
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