1. O PRIMEIRO E ÚLTIMO DIA – Programar atividades para o dia de chegada ou saída de um destino – principalmente se ele for internacional – sempre termina em estresse. As horas de voo ou de estrada podem iludir o turista, que acaba não contando com atrasos, filas, trânsito de um lugar para outro e o tempo gasto no check-in e no check-out dos hotéis. O melhor a fazer é relaxar e se dar o direito de ter dois dias livres, um para chegar, outro para partir.

2. DOMÍNIO DA LÍNGUA – Só fazer uma viagem internacional quando aprender o inglês. Ou espanhol. Ou mandarim. Já ouviu essa desculpa antes? Não falar nenhuma dessas línguas não é motivo para não sair do Brasil. Antes de embarcar, muna-se de guias, dicionários, mapas e muita pesquisa sobre o destino. Se você cometer uma gafe ou outra, não se acanhe – toda viagem interessante vem com uma boa história para se contar na volta. Além disso, guias e postos de informações turísticos não faltam mundo afora, além de gente disposta a ajudar. Você nunca ficará totalmente perdido.

3. PLANEJAR DEMAIS – Se o mal do século 19 era o ultrassentimentalismo que acometia apenas os escritores românticos, o de hoje recai sobre qualquer pessoa, inclusive o turista, e se resume em superlotar o tempo com atividades. Internet, agências de turismo e guias nos bombardeiam com dicas e informações, todas “imperdíveis”, e nos deixam ansiosos para não deixar passar nada. Não caia nessa. Pare tudo, respire fundo e inclua na lista um tempo livre para descobrir cantos que escapam dos olhos viciados dos turistas. Absorva o que você está vendo – e vivendo – e, finalmente, premie-se com tempo para não fazer nada.

4. FALTA DE FOCO E ANSIEDADE – Veja se isso lhe soa familiar: você chega ao seu destino, mal dá uma volta para reconhecer o terreno e já resolve dar um pulinho na cidade vizinha para ver o que tem lá. Conhece essa cena? Pois é o que uma miríade de turistas faz quando viaja. Eles nunca estão satisfeitos de terem chegado ao seu destino ‘final’ e sempre matutam em como dar uma esticadinha ‘até ali’ para aproveitar ao máximo. Não fazer escolhas específicas e focar nelas pode fazer da sua viagem uma sucessão de atrações em flashes sem sentido.

5. MAIS DO MESMO – Comparar um novo destino com aqueles onde você já esteve antes coloca qualquer expectativa na corda bamba. Ao escolher o lugar para onde quer ir, pesquise sobre suas peculiaridades e o que é interessante conhecer ali. Você pode ter boas surpresas e ainda vai economizar o humor, que já estaria gasto se você implicasse com o destino por ele não ter o que você viu e provou em Londres, Paris ou Nova York. Na foto, a 'Torre Eiffel' do Paris Las Vegas Hotel, em Las Vegas.

6. CHECK LIST – Viajar consiste em um conjunto de experiências sensoriais, pessoais e subjetivas, impossíveis de serem transmitidas em sua complexidade por um guia de roteiros turísticos. Se você se orientar apenas pelas atrações que eles indicam, pode perder o melhor da viagem, que não está só nos pontos abarrotados de turistas, mas nas catedrais de ruas escondidas, nos transportes coletivos, nos museus de curiosidades locais, nos bairros mais afastados do centro e nos parques mais distantes.

7. MODOS E COSTUMES – Pesquisar sobre o destino nunca é demais. Sites e blogs podem sempre contar quais são as regras implícitas de um lugar e como não fazer feio quando estiver lá. Em Nova York, por exemplo, é comum que os garçons recebam de gorjeta 20% do total da conta, o que é o dobro do que os paulistanos estão acostumados a pagar. Ao visitar Dubai, não gesticule. Muitos gestos são considerados ofensivos e podem provocar multa, prisão ou deportação.

8. FAZENDO A RONDA – Esse é um dos itens mais importantes da viagem, mas é o mais ignorado também: segurança. Batedores de carteira em Madri não são incomuns e, mesmo que os índices de assalto em cidades como Londres e Paris sejam menores que os de São Paulo, por exemplo, a noite nesses destinos pode ser propícia para a violência sexual. Por isso, previna-se com informações e obedeça sempre o bom senso.

9. FINANÇAS PESSOAIS – Quando fazemos o papel de turista, parece que apagamos da cabeça a regrinha de ouro que nos persegue todos os outros dias do ano: pechinchar e economizar. Você sabia que um mesmo trecho que leva você do aeroporto até o hotel de táxi pode custar 10 vezes mais barato se você optar por ir de ônibus ou metrô? Dependendo do destino escolhido, a diferença na comodidade entre táxis e os coletivos é irrelevante. A regra da pechincha na viagem também vale para as compras – turista é sempre alvo fácil para exploração. Se você não é daqueles que checa os detalhes das taxas cobradas pelos hotéis reservados para a sua viagem, cuidado para não levar um susto na hora do check-out. Informe-se com antecedência se serviços de quarto, mimos e taxas de serviço são cobrados à parte ou então prepare-se para lavar pratos.

10. TAXAS MISTERIOSAS – Ter um cartão de crédito internacional pode ser tanto uma facilidade como uma grande dor de cabeça, depende de você. Antes de aportar em solo internacional, verifique com o seu banco quais são as taxas adicionais cobradas lá fora em todas as transações que pretende fazer. E sempre é bom reforçar que lá fora as cobranças nunca são feitas em reais.