Para conhecer bem cada canto – e encanto – de Marais, caminhar é o meio mais recomendado. Um dia não é suficiente para se conhecer todas as atrações do bairro, mas é possível fazer uma boa combinação de um ou dois museus instalados ali, além de algumas vias históricas, comprinhas criativas e, claro, pausas para refeição e descanso. Comece pelo Hôtel de Ville, como sugerimos a seguir, e encerre a rota Place de La Bastille (no mapa, com desvios entre um e outro).

O ponto de partida é o Hôtel de Ville (29, Rue de Rivoli; seg. a sáb., 10h-19h, grátis) – sede da prefeitura de Paris, destruída por um incêndio em 1871 e totalmente restaurada em 1892. Foi palco de acontecimentos históricos marcantes, como o discurso do General Charles de Gaulle em 25 de agosto de 1944, na libertação de Paris da Alemanha nazista.

A praça em frente ao Hôtel de Ville foi cenário de enforcamentos e execuções na Idade Média, mas se você não estiver no humor para passados trágicos, siga para a rue des Francs-Bourgeois e repare no majestoso Hôtel de Soubise, onde está o Museu da História da França (60, Rue des Francs-Burgeois; visitas às seg., qua. e sex., 10h-17h45). Dizem que foi nesses edifícios que o Massacre de São Bartolomeu, encomendado pela casa real francesa contra religiosos protestantes, foi planejado.

A primeira parada serve bem os amantes de carne. O Georget (64, Rue Vieille-du-Temple; refeições de 25 a 40 euros) tem opções como o bife servido em tábua de madeira e ensopado de carne. Não deixe de experimentar uma das sobremesas clássicas francesas, o créme brûlée (foto).

Refeito, volte para a Rue des Francs-Burgeois, onde se concentram as lojas, e aproveite para fazer compras.

Próximo à Rue des Francs-Burgeois está a Rue de Thorigny, endereço do Musée National Picasso (5, Rue de Thorigny; qui. a ter., 9h30-18h, fechado para reforma até junho de 2013). Embora nem todas as obras sejam assinadas pelo artista espanhol, a coleção inclui quadros dos grandes Cézanne, Matisse e Modigliani.

Siga para a Rue des Rosiers, que faz parte do reduto judeu instalado no bairro e reserva pratos típicos saborosos. Aposte no L’As du Fallafel (34, Rue des Rosiers; fecha aos sábados; os pratos custam até 25 euros). Agitada e divertida, essa boulangerie vende os famosos bolinhos de grão de bico em várias versões.

Cafés e restaurantes caprichados se espalham pela rue des Rosiers.

Mais antiga praça planejada de Paris, a Place des Vosges é também um dos charmes da região. Foi construída por Henrique IV nos anos de 1600. É ali que está localizada a casa de Victor Hugo, escritor romântico prestigiado na época e famoso por obras como ‘O Corcunda de Notre Dame’ e ‘Os Miseráveis’.

Victor Hugo (1802-1885).

E, para encerrar um roteiro tão enriquecedor, chegamos à Praça da Bastilha, nome que remete à prisão atacada pelo povo em 1789 – revolta que deu origem à Revolução Francesa. No centro da praça, a Colonne de Juillet, uma homenagem às vítimas dos conflitos. Para fechar o dia – e começar bem a noite – experimente o jantar no imponente Bofinger (refeições de 40 a 60 euros), à esquerda na Rue de la Bastille.