Não é preciso gostar de esportes radicais para curtir o Jalapão mas, sem dúvida, há que ser ter espírito aventureiro. Hotel, pousada ou qualquer estabelecimento que inclua quarto e cama convencionais está fora de questão – 'camping' é a palavra de ordem. Para os amantes de rafting, o Rio Novo (foto) é o lugar certo. É possível também fazer passeios pelas dunas de até 40 metros, por nascentes e quedas-d'água, como a Cachoeira da Velha, a Ponte Alta, o canyon da Suçuapara. Seguir pela trilha do Mirante da Serra e visitar o poço do Fervedouro são outras dicas que valem a pena.

Conhecer um oásis no meio do Cerrado não é pouca coisa e mesmo a falta de estrutura vale a pena. É justamente ela que mantém o paraíso intocado – por enquanto.

Cachoeira da Velha, no Jalapão.

O capim dourado, endêmico da região, e a seda do buriti são transformados pelos locais em objetos surpreendentes. De porta-copos até centros de mesa, chapéus e bolsas.

Colheita do Capim Dourado no Brejo do Gavião, Jalapão.

Não deixe de fazer um passeio pelas dunas, que vão mudando de cor ao longo do dia: do bege ao alaranjado à medida que o sol se põe.

Localizado no litoral sul da Bahia, a 70 quilômetros dos municípios de Alcobaça e Caravelas, o arquipélago de Abrolhos pode ser visitado de lanchas ou escunas autorizadas pelo Ibama, que partem de Caravelas, Alcobaça, Prado e Nova Viçosa, A viagem dura, em média, seis horas. Abrolhos é um dos melhores lugares do Brasil para a prática de mergulho, com cerca de 160 espécies de peixes, golfinhos, tartarugas-marinhas, arraias, conchas, moreias e anêmonas.

Como chegar: ônibus - duas companhias rodoviárias vão até Caravelas, a Brasileiro e a Santa Clara. A estação de ônibus fica na Praça Teófilo Antônio (sem número). Estação Rodoviária de Caravelas, (73) 3297-1422. Carro - é preciso chegar até Teixeira de Freitas, para quem vem do sul, ou até Itamaraju para quem vem do norte - ambos pela BR-101. Depois, pegue a BA-001 até Caravelas. O programa 'Live Aboard' leva os turistas a uma imersão completa no ecossistema do Parque Nacional Marinho de Abrolhos. É vendido na agência local Abrolhos, credenciada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Abrolhos Turismo (73 3297 1149; abrolhosturismo.com.br).

Manaus é uma das principais portas de entrada da maior floresta do mundo, a Amazônia. Já perto da cidade, saindo do porto manauense, a natureza dá seu show com o encontro multicolorido das águas dos rios Negro e Solimões. De Ponta Negra saem barcos que levam ao local desse espetáculo da natureza.

Vitória Régia, planta aquática típica da Amazônia - suas folhas em círculos chegam a 2,5 metros de diâmetro e podem suportar até 40 quilos.

Nascer do sol no Rio Amazonas

Um dia Brotas, cidade a 240 km de São Paulo, se deu conta de sua infra-estrutura natural para esportes de ação e não demorou muito para virar profissional no assunto. Hoje é difícil encontrar uma cachoeira sem corda, um rio sem bote, uma trilha sem bike. Nada que polua o visual ou a vegetação.

Brotas tem Cascadings (rapel de cachoeiras) feitas em quedas de quase 80 metros de altura, na versão molhada (embaixo d´água) ou nos paredões ao lado da cachoeira. No sítio Sete Quedas, há arborismo e tirolesa de 250 metros de comprimento. E, ainda mais no alto, é possível voar de Trike, um ultraleve para duas pessoas que atinge até 3 mil metros. Como Chegar: de São Paulo, siga pela Rodovia dos Bandeirantes sentido Rio Claro até o quilômetro 168, depois pegue a Washington Luis até o quilômetro 206B e a SP-225 até o quilômetro 124,5. Brotas está a cerca de 240 km de São Paulo.

Dizem que “da Chapada, ninguém sai ileso”. E é verdade, que o digam os joelhos ralados nas trilhas. As paisagens únicas – como o do Vale do Pati – ficam guardadas na memória. Escolha as trilhas segundo seu fôlego e espírito aventureiro, não esqueça de levar tênis confortáveis e curta essa outra Bahia – tão longe das praias e do acarajé.

Lençóis, a 427 quilômetros de Salvador, é cidade com ótima infraestrutura turística, cheia de pousadas e restaurantes descolados. Vale lembrar que a época de chuvas da Chapada acontece entre fevereiro e março e vai, mais ou menos, até outubro. Mas não desanime. O aguaceiro deixa as cachoeiras e rios muito mais fortes – e compensa a trilha enlameada. Como chegar: Lençóis, porta de entrada do Parque Nacional, fica a 427 quilômetros de Salvador. De carro, siga pela BR-324 até Feira de Santana e depois pela BR-116 até a altura da ponte sobre o Rio Paraguaçu. Pegue então a BR-242, que leva a Lençóis. A estrada tem trechos de asfalto intercalados com alguns de terra.

Dizem que há forças ocultas na Chapada dos Guimarães - e elas são do bem, apesar de uma de suas atrações se chamar Portão do Inferno, curva ao lado de um cânion de mais de 50m de altura, que abriga ninhos de araras. Existem nomes mais palatáveis (mas não menos sugestivos) como Dedo de Deus e Morro Santo Antônio, mas o que importa mesmo são as belezas desse paraíso bruto. O céu é multicolorido, há dunas de arenito, quedas livres de água cristalina, cavernas e lagoas. Como chegar: de carro, a partir de São Paulo ou do Rio de Janeiro, é preciso ir até Cuiabá e dirigir aproximadamente 70 km pela Rodovia Manuel Pinheiro (MT-305), até a Chapada. Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, tel. (65) 3301- 1133.

Hippies se mandam para lá atrás da energia do paralelo 14, o mesmo que corta Machu Picchu. Esportistas vão atraídos por trilhas como a dos Saltos e Cânions. Baladeiros, em busca das raves e festivais de música eletrônica. Como não tem onda no Cerrado, os surfistas vão para lá para encontrar o resto da galera. E mais: quem quer brincar de astronauta vai em busca das formações rochosas do Vale da Lua (foto), esculpidas ao longo de milhões de anos pelo Rio São Miguel. Como chegar: de Brasília, saia pelo norte sentido Sobradinho e Planaltina. Oito quilômetros à frente, vire à esquerda no trevo e depois siga a direção para São Gabriel e São João D'Aliança. Alto Paraíso está a 180 km, continuando pela estrada. chapadadosveadeiros.tur.br

O Monte Roraima é o marco da tríplice fronteira entre Brasil, Guiana e Venezuela. No lado brasileiro, o Parque Nacional de Monte Roraima está localizado no extremo norte do Estado. Com 116 mil hectares, possui forma de mesa, que os índios chamam de "tepui". Apesar de não estar aberto à visitação pública, é possível conseguir visitas controladas com autorização do Ibama (ibama.gov.br). O Parque Nacional de Monte Roraima preserva a fauna, flora e características geológicas da Serra Pacaraíma. Suas trilhas exigem experiência. A região inspirou o escritor escocês Arthur Conan Doyle a escrever seu best seller “O Mundo Perdido”. A cidade mais próxima do Parque é Pacaraíma, munícipio na divisa com a Venezuela e Guiana.