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O Hobbit - A Batalha dos Cinco Exércitos: crítica do filme

O Hobbit - A Batalha dos Cinco Exércitos: crítica do filme

Estreia 11 Dez 2014

Diretor Peter Jackson

Elenco Cate Blanchett, Benedict Cumberbatch, Evangeline Lilly, Martin Freeman, Orlando Bloom, Ian McKellen, Christopher Lee, Richard Armitage

“O Capítulo Decisivo”, declaram os pôsteres do episódio final da trilogia que precede O Senhor dos Anéis, adaptada do livro de J. R. R. Tolkien, O Hobbit. O que exatamente está sendo definido é convenientemente vago, porque o que temos aqui é muito mais da fórmula de Peter Jackson: mais batalhas, mais criaturas, mais coadjuvantes não tão engraçados. Se você gostou dos outros filmes, você vai achar este ótimo. Mas se você está esperando algo a mais, um toque de emoção verdadeira, talvez, então A Batalha dos Cinco Exércitos pode te deixar decepcionado.

Recebemos a história bem no ponto que O Hobbit: A Desolação de Smaug terminou: o dragão chegou na cidade e tudo o que Bilbo e seus companheiros anões podem fazer é observar enquanto o bicho causa destruição. É uma abertura fenomenal, apocalíptica, nos colocando bem no meio de uma cidade pegando fogo.

Mas quando a fumaça abaixa, o roteiro começa a perder o foco. Enquanto aparentemente todos os personagens que já apareceram na trilogia saem rastejando dos escombros. Enquanto Thorin (Richard Armitage) cede à sua cobiça por ouro para a decepção do arqueiro Bard (Luke Evans) e do rei elfo Thranduil (Lee Pace), Gandalf recruta alguns amigos antigos para o ajudar em sua fuga dos calabouços de Dul Guldur. Na confusão, Bilbo parece mais um personagem secundário, entregando seu tempo nas telas para fracas distrações como as reclamações de Alfrid (Ryan Gage), tão exagerado em sua vilania que ele se reduziu a risadas baratas. E isso antes de Billy Connolly aparecer montando em um porco!

Por sorte, o talento singular de Peter Jackson para criar caos em larga escala não o abandonou, e o confronto de uma hora dá muito espaço para o diretor aproveitá-lo. Com o que parece muito mais de cinco exércitos em ação – contamos elfos, anões, homens, ogros, trolls, duendes, águias e morcegos do mal – é uma das maiores sequências que Peter já gravou. E, se há um sinal de que sua imaginação é, se isso for possível, ainda maior que o orçamento de efeitos especiais, algumas das tomadas panorâmicas são um pouco escuras – o que talvez seja inevitável quando você está trabalhando em uma tela maior do que qualquer outro diretor tenha tentado. O produto final possui algumas falhas, mas quando o sexto episódio sobre as Terras Médias de Peter finalmente termina, é um tributo à sua ambição e dedicação.

Escrito por Tom Huddleston
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