É uma bela ironia o fato de que o 45º longa de Woody Allen fale sobre magia e esperança. Isso porque Magia ao Luar possui todos os truques possíveis e imagináveis do manual de clichês do diretor, tirando mais um pouquinho da esperança que temos em ver a volta do autor de pérolas como: A Última Noite de Boris Grushenko, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Manhattan, Zelig, A Era do Rádio, Crimes e Pecados, Poderosa Afrodite e Desconstruindo Harry, só para enumerar algumas.

No filme, Stanley (Colin Firth, bem mais afetado que o normal) é um mágico famoso em 1920 que tem como principal passatempo desmascarar místicos de araque. Quando seu amigo Howard Burkan (Simon McBurney) o chama para tentar confirmar a autenticidade de uma jovem e bonita medium, Sophie (Emma Stone), ele aceita na hora. Ao que tudo indica, a moça seria legítima e está usando seus "poderes" para conquistar a simpatia de uma riquíssima família que vive na Riviera francesa. Tanto que o jovem herdeiro Brice (Hamish Linklater) só pensa em casar com ela.

Estão lá a vida dos abastados, as antigas canções românticas de jazz, o casal de um homem já passando da meia idade com uma garota nos seus vinte e poucos anos, a senhora chique de opiniões fortes, paisagens deslumbrantes… Ou seja, todo arsenal de lugares comuns que se tornaram a grande maioria dos filmes de Woody Allen nos últimos anos uma interminável repetição das mesmas coisas.

Magia ao Luar entra imediatamente para a lista de filmes genéricos do diretor, como Celebridades, Poucas e Boas, Dirigindo no Escuro, Melinda e Melinda, Todos Dizem Eu Te Amo, entre outros. Mas pelo menos não se junta aos péssimos O Escorpião de Jade, Igual a Tudo na Vida, Scoop – O Grande Furo, O Sonho de Cassandra e Tudo Pode dar Certo. Ser apenas uma comédia romântica água com açúcar já é um alento. Mas você ainda acredita em mágica?