Como se fossem necessárias mais provas da popularidade crescente das microcervejarias em São Paulo, a Karavelle abre o mais novo brewpub da cidade, uma opção a mais no mercado cada vez maior de cervejas artesanais. Aberto recentemente pelos empresários Dinho Diniz e Otávio Veiga e pelo cantor e ator Seu Jorge, que aparece beijando uma garrafa e sorrindo aos clientes nas muitas TVs espalhadas pelo bar, o Karavelle fica em uma fronteira entre ser uma casa noturna sensual e escurinha e destino sério para cervejeiros esnobes.

Enquanto toca a trilha sonora de new age dos anos 1980 e desnecessária dance music, a clientela pós-expediente lota as mesas ao lado de grandes tanques de aço inoxidável no térreo, e no andar superior, onde fica o lounge aberto de um lado e onde é permitido fumar (pelo menos para quem se sentar na beirada da varanda).

Para experimentar as cervejas Karavelle, peça a seleção de degustação (R$ 30), uma surpresa agradável e com uma amostra de tamanho razoável de cada tipo: red ale, cerveja de trigo, sout, IPA e duas variedades de pilsen. A pilsen Keller foi a grande vitoriosa, pois as outras cervejas são um pouco doces demais para nosso paladar.

O bar também tem menu de destilados, mas é melhor evitar as estranhas invenções de coquetéis, como a caipirinha de cerveja (R$ 22,50) – com cerveja, gelo, limão e cachaça, e que veio em uma taça com sal nas bordas e se provou tão insatisfatória quanto parece.
Para petiscar, a coxinha de ossobuco (R$ 28,50) e os anéis fritos de lula (R$ 35,70) são boas opções, embora sejam caras para porções tão pequenas.

A Karavelle é uma das cervejas artesanais mais presentes em São Paulo – a marca do interior paulista está ganhando espaço na maioria dos supermercados da cidade, além de ser servida como chope em alguns bares, tais como o Alto da Harmonia, o Wall Street e o Frangó. E, embora as cervejas desse brewpub próprio não valham a viagem, o lugar garante uma boa happy hour – se você tiver cuidado ao fazer o pedido.