Ao se deparar com esse bar no meio da emocionante madrugada do Baixo Augusta, uma das ruas mais indecentes e agitadas da cidade, pare um instante para absorver a cena. Em um espaço compacto e pequeno, com um estilo que lembra a Z Carniceria, que fica apenas uma quadra acima (e que é parcialmente dos mesmos proprietários), o Caos tem de tudo um pouco – e muito mais que outros bares costumam ter, diga-se. São mais clientes hedonistas que se cumprimentam no balcão. São mais apresentações ecléticas de DJs – em uma visita recente, contamos três sets diferentes em uma hora, que iam de surf-rock ordinário a Aretha das antigas, passando por batidas egípcias. E muito mais... desleixo, no bom sentido.

As paredes e prateleiras abarrotadas são cheias de lembranças dos anos 1980 e 90, como cartazes de filmes, fotografias de casamento enquadradas, brinquedos, telefones, faróis de carro e maçanetas, tudo escolhido com um olhar clínico para separar tesouros no lixo – e tudo fica à venda durante o dia. Nem mesmo o teto escapa, com uma bicicleta e Deus sabe o que mais, suspensos sobre a multidão apertada e animada.

Confira a pista de dança – geralmente muito cheia para dançar direito – e os banheiros unissex, com o melhor da arte dos pôsteres. Depois, embrenhe-se até o balcão, peça uma cerveja ou uma Gueixa – um coquetel-delícia feito de uva, lichia, saquê e chá verde – e voe alto ao fazer seus novos melhores amigos. É esse tipo de bar (e de noite) que estamos falando.