Embora o material de divulgação de casas alternativas da cidade tenham se viciado em fazer referências a circuitos da boemia do Soho, em Nova York, Kreuzberg, em Berlim, ou Hackney, em Londres, a noite de São Paulo tem sua raiz próxima a endereços bem paulistanos, entre casas de prostituição e botecos da região central, com suas paredes grafitadas e calçadas imundas.
Inaugurada em 1995, a A Lôca é uma instituição da noite paulistana. Voltada para o público gay, suas noites de techno (aos sábados) e de rock e pop (aos domingos) formaram DJs hoje em atividade em diversas partes da cidade e mantêm um público jovem, entre 18 e 35.
Mas, quando se pensa em opções fora do mainstream da balada, a festa itinerante Voodoohop é uma das mais conhecidas atrações da cidade. Ela teve sua primeira edição no Tapas Club, em 2008, mas logo migrou para o democrático Bar do Netão, um boteco da Rua Augusta com pista de dança. Hoje, realiza grande parte de suas festas no Trackers – um prédio subutilizado na Avenida São João, sede afetiva da Voodoohop – mas ocupa também cemitérios, praças e sítios.
Ariel Martin/ Divulgação |
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Na Voodoohop, as fantasias fazem parte da diversão |
A Voodoohop fez escola no prédio Trackers, que passou a sediar diversas festas, como a dadaísta Carlos Capslock e a debochada Gente que Transa. Por outro lado, com a saída da Voodoohop do fervilhante Baixo Augusta, outras atrações tomaram a pista do Bar do Netão, preservando a entrada gratuita. Atualmente, as noites de quinta a domingo recebem o público alternativo e gay, que reveza momentos na pequena pista com outros botecos do outro lado da rua, com garrafas de cerveja em punho. As mensais Poperô (techno, funky & groove), comandada pelo DJ Renato Cohen e a Popsicle (pop, ska, soul e rock), de Cacá Toledo, estão entre as escolhas mais valiosas.
Há quatro meses funciona também no Baixo Augusta o pequeno e bem concebido Mono (R. Augusta, 480, Consolação, 2371-0067. facebook.com/monoclubsp), com decoração retrô e programação musical de primeira. A picape do lounge fica sobre um televisor antigo e o som é emitido por caixas embutidas em geladeiras dos anos 1950. Os visitantes acomodam-se junto ao balcão ou em um sofá que se estende pela parede até a entrada da pista, onde rolam festas de drum and bass, dubstep e grooves (quintas), nu disco e house (sextas) e ritmos variados (sábados).