Ali, na fronteira entre Ipanema e Copacabana, fica um dos pontos mais poéticos da orla carioca, seja pela pedra, pelo por do sôl, pelas pessoas - ou tudo isso junto. E é sobre esse cenário que Gilberto Braga, autor de novelas e morador do bairro, e o fotógrafo Frederico Mendes lançam o olhar. O livro Arpoador (Barléu Edições) traz 156 páginas dedicadas as paisagens naturais e humanas, em 100 fotografias coloridas e em preto e branco.
Gilberto Braga abre o texto apresentando o local: “Entre os maiores atrativos da cidade do Rio de Janeiro, está sem dúvida o Arpoador, praia e calçadão, assim chamados por causa da pedra do mesmo nome, de onde turistas e cariocas, especialmente no verão, aplaudem o pôr do sol", descreve no livro, à venda em diversas livrarias (R$80).
O texto conta ainda a história do local onde, segundo Braga, “era possível arpoarem baleias nas proximidades da costa”. O autor conta que naquele ponto surgiu a cultura praieira carioca: as primeiras pranchas de surf da cidade e as garotas “mais avançadas”, que tiveram coragem de usar biquíni. Ele ainda faz um paralelo entre o que acontecia no Rio da época em termos de moda: os calções de banho de ontem e de hoje; a passagem do Circo Voador pela região, nos anos 80; as famosas dunas da Gal; até chegar à mistura de classes sociais provocada pelo ponto final dos ônibus que vem da Zona Norte e do metrô.