Um prédio que funciona como mosaico. Uma onda de concreto que costura vidas de cerca de 5 mil pessoas. As existências entre paredes que desafiam a linearidade, tortas no bom sentido. Abrigando diferentes classes sociais, artistas e tipos criativos de variadas profissões e orientações sexuais, na conjugação de democracia social e cosmopolitismo. A mais perfeita tradução das misturas de São Paulo, com senso de comunidade e de individualidade.
Essas frases são apenas algumas possíveis definições para o caleidoscópico Edifício Copan, o agitado cartão postal paulistano dentro do qual moro há seis anos e meio – acompanhando histórias como a de dois vizinhos que dividem a tutela de um cãozinho vira-lata. Ou a de uma ex-vizinha que se comunicava com os amigos através de simpáticos bilhetinhos na porta.
Sempre me interessei pela história desse colosso de concreto armado – que correu o risco de ficar no papel. Com a maestria de quem curvava a arquitetura moderna a novos patamares de originalidade, Oscar Niemeyer (15/12/1907-5/12/2012) desenhou o conjunto em 1951, por encomenda da Companhia Pan-Americana de Hotéis (Copan). A ideia era inaugurar um conjunto turístico, hoteleiro e residencial nos moldes do Rockefeller Center, em Nova York, a tempo do quarto centenário de São Paulo, em 1954.
E Niemeyer então caprichou, pensando em um S que seguia o formato acidentado do terreno, com seis blocos, galeria com 72 lojas, salas de cinema (hoje de propriedade de uma igreja evangélica fechada) e 1.160 apartamentos com tamanhos variados (de cerca de 26 m² a 250 m²), divididos em seis blocos que ocupam 32 andares. A falência de duas construtoras, porém, acarretou em um atraso de mais de uma década. O conjunto foi concluído apenas em 1966, com capital do Banco Bradesco, e teve alterações no projeto. Apesar do imbróglio, o prédio materializou-se como símbolo da cidade e até hoje acumula recordes, como o maior prédio residencial da América Latina.
Viver nesse gigante é conviver com uma saudável variedade – e uma infra-estrutura invejável de serviços na galeria do prédio que não está restrita aos moradores e convida os visitantes à exploração. Aproveite, então, para fazer um programa completo dentro desse ícone paulistano. Para começar, repare no piso desnivelado da galeria e nas logomarcas das lojas que seguem a estética dos anos 1950 – são lojas de roupas (algumas de gosto duvidoso), locadora, lavanderias, salões de beleza em profusão, um alfaiate e muitos restaurantes.

Priscilla Vilarino/ Divulgação
Escrito por Fabiana Caso
Primeiro você deveria aprender a usar uma estrutura textual correta, porque o seu comentário está parecendo uma poesia mal feita. Segundo que a autora está só expressando a sua opinião sobre as roupas, o que não significa exatamente que tem a ver com a classe social lá representada (principalmente porque se ela se sentisse incomodada com pessoas mais pobres não estaria morando no Copan, prédio onde tem de tudo). A Fabiana poderia muito bem estar avaliando a região dos Jardins dita por você e não gostar das roupas da grife Versace, por exemplo... E para dizer que os modelos do Alexandre Herchcovitch (também devia aprender a escrever corretamente o nome das marcas que cita) são parecidos com os das lojas do Copan, está na cara que você não entende nada de moda.
Enviado em Dom 21 Dez 2014 00:47:30
Muito deselegante o comentário sobre "lojas de gosto duvidoso"!. Isto mostra que a autora desconhece segmentos de público e suas preferências para consumo. Ali é uma região relativamente pobre, cujos gostos e possibilidades são diferentes. Deve-se respeitar isto, sem críticas negativas e preconceituosas. Já foi ver a vitrine do Alexandre Herkovitch, nos jardins? Se não fosse o nome, poderia estar tranquilamente numa lojinhas do Copan, pois é uma moda despojada, confortável... simples e até por isto mesmo, sofisticada. A trama do gosto e a grife fora de contexto respondem muito bem esses seus comentários, que foram, no mínimo infelizes. Colocaram o grande violinista Joshua Bell no saguão da Central do Metrô de New York e ninguém deu importância a ele tocando ali... No entanto, à noite, o concerto dele no Metropolitan custava mil dólares cada ingresso. É a grife fora de contexto. De quem é o "bom gosto"... ou gosto duvidoso? Joshua Bell era o mesmo, a música a mesma, o violino Stradivarius de 3 milhões de dólares era o mesmo... mudou apenas o lugar e o público. E o gosto?
Enviado em Sex 07 Fev 2014 12:56:31
Morei de solteira no Bloco F, depois me casei, fui em um bairro , me separei , e voltei a morar no bloco B, depois me casei de novo e hoje moro no boullevar Avanhandava, mas sempre estou no Copan, porque tenho muitos amigos inclusive minha amiga Gersey e Luziano. paty-s@ig.com.br
Enviado em Dom 02 Jun 2013 17:59:53
Tive o prazer de assistir a um filme ( Arthur, um milionário sedutor) em uma das salas ali existente na época. Já faz algum tempo.
Enviado em Dom 02 Jun 2013 11:20:30
Que legal, visitei o Copan acho que em 1996, foi muito legal!!! Quero ir novamente!!!
Enviado em Dom 02 Jun 2013 00:33:21