A Grande São Paulo é hoje lar de aproximadamente 20 milhões de pessoas. É a quarta maior aglomeração de pessoas do mundo. Problemas como poluição, inversão térmica, tráfego urbano, lixo e tratamento de água chegam a dimensões aterrorizantes.
 
O aumento comprovado de chuvas e médias de temperature, além de grandes diferenças de temperatura que chegam a 8 graus de região para região no mesmo período do dia, são alguns dos exemplos mais gritantes que trazem impactos diretos na saúde e qualidade de vida.
 
O que os ilustres cidadãos de São Paulo têm a dizer sobre isso? De acordo com uma pesquisa coordenada pela Rede Nossa São Paulo, um fórum sobre questões sustentáveis, metade da população agarraria a chance de se mudar da cidade na primeira oportunidade. Isso é alarmante. É um sinal claro de que as coisas não vão bem.
 
Mas nem tudo está perdido. O transporte público ainda recebe poucos investimentos, mas, pela primeira vez em anos, é uma das prioridades do governo. As bicicletas já não são apenas para o lazer, são também uma solução para a mobilidade urbana, assim como a urgente expansão das redes de metrô e CPTM.

"Não faz muito tempo, eu testemunhei uma cena pitoresca. Na Avenida Brasil, uma das vias mais movimentadas da cidade, um motorista de uma Ferrari azul estava nitidamente aborrecido por ter que dirigir aquele carrão na mesma velocidade que os pedestres passavam por causa do trânsito. A solução que ele encontrou foi deixar mais ou menos 15 metros entre seu carro e o da frente e acelerar o máximo possível nesse espaço, como em uma mini racha. Um tigre preso em uma gaiola", conta Palhano.
 
"Eu percebi nesse momento que a cidade de São Paulo e seus habitantes enfrentarão dilemas inevitáveis", continua. O jornalista deixa a pergunta: "Afinal, que tipo de cidade nós queremos? Uma com Ferraris presas nos engarrafamentos ou uma em que é possível transitar sem todo esse drama?"