TO O que significa para São Paulo receber o C40?
GK Foi uma oportunidade única, não só para São Paulo, mas para a América Latina, uma vez que é a primeira edição da conferência no Hemisfério Sul. O C40 sempre focou na ação. Esperamos que esta ação seja realizada por grupos de cidades trabalhando juntas em temas específicos, tais como transporte, manejo de lixo e eficiência energética em prédios já existentes, com normas concretas e resultados mensuráveis.

TO Há outras cidades do C40 que apresentam desafios na mesma escala de São Paulo?
GK Tóquio e a Cidade do México são ainda maiores que São Paulo, mas justamente porque seus problemas são os mesmos, a colaboração entre essas cidades é um fator fundamental na eficácia de suas ações em relação a congestionamento, poluição, drenagem.

TO O senhor pode citar uma solução sustentável já em funcionamento em São Paulo que pode ser um exemplo para o mundo?
GK Em 2007 e 2008, a cidade teve dois leilões de crédito de carbono de três de nossos maiores aterros, gerando mais de R$ 71 milhões a serem investidos em projetos ambientais nos entornos dos aterros para beneficiar moradores locais.

TO Com 7 milhões de carros nas ruas, quais medidas estão sendo tomadas para que os cidadãos usem o transporte público?
GK Este é o primeiro governo municipal a investir recursos no metrô desde que o Estado começou a administrar o sistema. E, desde 2005, reduzimos os poluentes ao substituir 65% dos ônibus – 9.773 veículos.

TO Como a cidade pode estimular o uso do transporte público se sobe o preço das passagens de ônibus?
GK O recente reajuste da tarifa está relacionado ao aumento no investimento em transporte público, equilibrando o custo com o programa de tarifa reduzida que beneficia 1,7 milhão de passageiros (idosos, que andam de graça, e estudantes, que pagam metade da tarifa), gerando uma economia que pode ser investida em outros projetos.